São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEA CULPA

Com câncer, roteirista condena glamourização do fumo nas telas

Autor pede fim de cigarro em filme

DA REDAÇÃO

Após descobrir um câncer na garganta, o roteirista americano Joe Eszterhas (de "Instinto Selvagem") fez um mea culpa e pediu que Hollywood pare de glamourizar o cigarro como ele fez em suas histórias.
Em um artigo publicado ontem na página de opinião do jornal "The New York Times", Eszterhas, 57, diz ter descoberto a doença há 18 meses, o que o fez perder grande parte de sua laringe, tornando sua fala difícil e pouco compreensível.
"O fumo era uma parte integral de muitos de meu roteiros, porque eu era um fumante militante", diz o texto. "Fumar, eu acreditava, era direito de cada um... Eu não acho mais isso. Acho que o fumo deveria ser tão proibido quanto a heroína."
"Tenho sido cúmplice pelo assassinato de um grande número de seres humanos. Eu estou admitindo isso somente porque eu fiz um acordo com Deus. Salve-me, eu disse, e eu tentarei evitar que outros cometam os mesmos crimes que eu cometi."
Segundo ele, em "Instinto Selvagem", de 1992, o fumo era parte do contexto sexual. "Na cena mais famosa e controversa do filme, Sharon Stone tem um cigarro em sua mão", diz. Eszterhas afirma que parou de fumar e beber desde que o seu câncer foi diagnosticado e que agora anda 8 km todos os dias e vai à igreja aos domingos.
Segundo estudo divulgado no início do ano pela British Medical Association, baseado em documentos reservados da indústria do tabaco, atores e diretores americanos receberam cachês para usar o cigarro em filmes.



Texto Anterior: Guerra ao cigarro: NY quer banir fumo em bar e restaurante
Próximo Texto: Crime: Preso grupo que usava os próprios filhos em pornografia infantil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.