|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEA CULPA
Com câncer, roteirista condena glamourização do fumo nas telas
Autor pede fim de cigarro em filme
DA REDAÇÃO
Após descobrir um câncer na garganta, o roteirista americano
Joe Eszterhas (de "Instinto Selvagem") fez um mea culpa e pediu que Hollywood pare de glamourizar o cigarro como ele fez
em suas histórias.
Em um artigo publicado ontem na página de opinião do jornal "The New York Times", Eszterhas, 57, diz ter descoberto a doença há 18 meses, o que o fez
perder grande parte de sua laringe, tornando sua fala difícil e
pouco compreensível.
"O fumo era uma parte integral de muitos de meu roteiros,
porque eu era um fumante militante", diz o texto. "Fumar, eu
acreditava, era direito de cada
um... Eu não acho mais isso.
Acho que o fumo deveria ser tão
proibido quanto a heroína."
"Tenho sido cúmplice pelo assassinato de um grande número
de seres humanos. Eu estou admitindo isso somente porque eu
fiz um acordo com Deus. Salve-me, eu disse, e eu tentarei evitar
que outros cometam os mesmos crimes que eu cometi."
Segundo ele, em "Instinto Selvagem", de 1992, o fumo era
parte do contexto sexual. "Na
cena mais famosa e controversa
do filme, Sharon Stone tem um
cigarro em sua mão", diz. Eszterhas afirma que parou de fumar e beber desde que o seu
câncer foi diagnosticado e que
agora anda 8 km todos os dias e
vai à igreja aos domingos.
Segundo estudo divulgado no
início do ano pela British Medical Association, baseado em documentos reservados da indústria do tabaco, atores e diretores americanos receberam cachês
para usar o cigarro em filmes.
Texto Anterior: Guerra ao cigarro: NY quer banir fumo em bar e restaurante Próximo Texto: Crime: Preso grupo que usava os próprios filhos em pornografia infantil Índice
|