|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Modelo de reator é o mesmo de Angra
CRISTINA AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O PWR (reator a água pressurizada, na sigla em inglês), modelo
usado na usina de Mihama, é bastante comum no Japão, nos Estados Unidos e no Brasil. Ele é composto por três circuitos isolados
de água. O sistema primário é o
único que tem contato com o material radioativo e fica instalado
em uma câmara de contenção.
As usinas brasileiras Angra 1 e
Angra 2, localizadas no Estado do
Rio de Janeiro, usam o modelo
PWR. Ele é construído para operar por um período de 40 anos,
porém a vida útil pode ser prolongada por duas décadas de acordo
com o projeto de modernização e
de manutenção da planta. A usina
japonesa de Mihama foi construída no ano de 1976.
A água do sistema primário é
usada para aquecer o sistema secundário. Nesse ponto, os dois
sistemas se comunicam, mas os líquidos não se misturam. "É comparável com uma serpentina de
uma bomba de chope", explica o
diretor da Associação Brasileira
de Energia Nuclear, Edson Kuramoto. A "serpentina" é feita de
uma liga especial, chamada de inconel, com cerca de 60% de níquel
e 22% de cromo.
O vapor que é gerado dentro da
tubulação movimenta a turbina, é
condensado e depois volta ao
ponto inicial. O sistema terciário
serve para resfriar o vapor que
deixa a turbina.
O acidente em Mihama aconteceu no prédio de contenção do
circuito secundário. Um sistema
de segurança desliga o reator automaticamente quando é registrada perda de pressão.
O reator com três circuitos é
considerado um dos mais seguros
em operação no mundo. "Podem
acontecer acidentes em usinas
desse tipo assim como gasodutos
podem explodir", afirma Kuramoto. "Porém, existe um conjunto de medidas para impedir a reação em cadeira e a fuga do material radioativo."
No ano de 1979, um acidente em
Three Miles Island, nos Estados
Unidos, tirou a usina nuclear de
operação por dias.
Texto Anterior: Acidente em usina nuclear japonesa mata 4 Próximo Texto: Ásia: Professor japonês que se negar a cantar o hino na escola será punido Índice
|