São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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Modelo de reator é o mesmo de Angra

CRISTINA AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O PWR (reator a água pressurizada, na sigla em inglês), modelo usado na usina de Mihama, é bastante comum no Japão, nos Estados Unidos e no Brasil. Ele é composto por três circuitos isolados de água. O sistema primário é o único que tem contato com o material radioativo e fica instalado em uma câmara de contenção.
As usinas brasileiras Angra 1 e Angra 2, localizadas no Estado do Rio de Janeiro, usam o modelo PWR. Ele é construído para operar por um período de 40 anos, porém a vida útil pode ser prolongada por duas décadas de acordo com o projeto de modernização e de manutenção da planta. A usina japonesa de Mihama foi construída no ano de 1976.
A água do sistema primário é usada para aquecer o sistema secundário. Nesse ponto, os dois sistemas se comunicam, mas os líquidos não se misturam. "É comparável com uma serpentina de uma bomba de chope", explica o diretor da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Edson Kuramoto. A "serpentina" é feita de uma liga especial, chamada de inconel, com cerca de 60% de níquel e 22% de cromo.
O vapor que é gerado dentro da tubulação movimenta a turbina, é condensado e depois volta ao ponto inicial. O sistema terciário serve para resfriar o vapor que deixa a turbina.
O acidente em Mihama aconteceu no prédio de contenção do circuito secundário. Um sistema de segurança desliga o reator automaticamente quando é registrada perda de pressão.
O reator com três circuitos é considerado um dos mais seguros em operação no mundo. "Podem acontecer acidentes em usinas desse tipo assim como gasodutos podem explodir", afirma Kuramoto. "Porém, existe um conjunto de medidas para impedir a reação em cadeira e a fuga do material radioativo."
No ano de 1979, um acidente em Three Miles Island, nos Estados Unidos, tirou a usina nuclear de operação por dias.


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