São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Maior capacidade de guardar explosivos e facilidade de acesso justificariam uso do veículo como carro-bomba

Limusine pode se tornar arma, diz FBI

DA REDAÇÃO

As limusines de Nova York podem deixar de ser símbolo de status e glamour para se tornarem símbolo do terrorismo. Extremistas islâmicos têm considerado utilizar veículos de locadoras, em especial limusines, como carros-bomba, segundo relatório divulgado pelo FBI.
Esse tipo de veículo tem uma capacidade de armazenamento muito maior que a de um carro comum -que poderia ser usada para colocar explosivos- e ainda tem acesso a lugares que seriam negados a veículos que não têm a aura "de autoridade ou prestígio" de uma limusine, declarou o FBI.
O boletim, enviado na sexta-feira a autoridades policiais e do governo norte-americano, alerta as pessoas que trabalham com negócios como locadoras de carros para que estejam atentas a quem procurar seus serviços.
O pedido de vigilância extra também é válido para quem trabalha com segurança nos aeroportos, uma vez que o relatório também chama a atenção para a possibilidade de que helicópteros usados para vôos turísticos sejam utilizados para a realização de novos ataques terroristas.
O FBI, a polícia federal americana, reforçou a preocupação do governo de que a rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, responsável pelo 11 de Setembro, pretende realizar um novo atentado nos EUA antes das eleições presidenciais no país, que deverão acontecer no dia 2 de novembro.
Segundo oficiais de Nova York, os únicos dados que receberam ligando helicópteros a possíveis ataques terroristas vieram do governo paquistanês, que descobriu evidências de que supostos extremistas teriam voado nessas aeronaves para coletar informações sobre alvos em potencial. Mas declaram não ter indicações de planos para a utilização de helicópteros como armas.
Especialistas afirmam que, devido aos complexos controles e à menor capacidade de armazenar explosivos que a de um monomotor, os helicópteros se tornam uma improvável ferramenta para o terrorismo.
"Há indicações de que eles olharam helicópteros, mas não há indicações de que eles planejam utilizá-los", disse um oficial, que falou à agência Associated Press sob a condição de anonimato. "Eles fotografaram helicópteros em Nova York, mas ainda não há indicações do que eles planejavam."
A atual escalada na guerra ao terror promovida pelos EUA, marcada pela elevação na semana passada do nível de alerta contra ataques, atrapalhou as investigações do governo paquistanês, segundo a inteligência do país.
O engenheiro de computação Muhammad Naeem Khan, 25, preso pelos EUA em julho, era usado por Islamabad em uma operação para rastrear membros da Al Qaeda em todo o mundo.
Segundo oficiais americanos, informações adquiridas com a captura de Khan levaram ao secretário de segurança doméstica, Tom Ridge, a anunciar o aumento do nível de alerta ao terror.
Informações colhidas com Khan e com outro membro da Al Qaeda, segundo a inteligência, levaram à prisão de Qari Saifullah Akhtar, detido na sexta-feira em Dubai. Akhtar, suposto membro-chave da Al Qaeda e que teria ligações com Bin Laden, está sendo interrogado no Paquistão.


Com agências internacionais


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