São Paulo, sábado, 10 de setembro de 2005

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Política prejudicou vítimas do Katrina

DA REDAÇÃO

Segundo disse à rede de notícias CNN o general Steven Blum, chefe do Departamento da Guarda Nacional, "provavelmente" um dia ou mais na resposta à crise do Katrina foi perdido pelo fato de soldados da Guarda do Mississippi e da Louisiana estarem lotados no Iraque. Segundo Blum, para repor essa ausência foram deslocadas tropas do Kansas e de Minnesota.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, havia afirmado que o Pentágono é capaz de lidar com o Katrina e o Iraque.
Conforme se avolumam as críticas à resposta do governo à crise do Katrina, diz o jornal "New York Times", uma das questões mais debatidas é justamente por que mais tropas não agiram com maior rapidez para restabelecer a ordem e oferecer ajuda aos necessitados. Enquanto a situação piorava, burocratas de Washington e da Louisiana discutiam questões de soberania.
Para assumir o controle da missão, afirma o "Times", Bush teria de invocar a Lei de Insurreição, que permite ao presidente ordenar o envio de tropas da ativa aos Estados para fazer cumprir as leis. Mas o pessoal de Washington tinha certeza de que a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, resistiria a abrir mão do controle. Além disso, o governo federal estava preocupado com a idéia que poderia passar o fato de o presidente destituir a autoridade sobre a Guarda Nacional de uma governadora de um Estado do Sul do país e da oposição.
Membros do governo da Louisiana concordam que Blanco não abriria mão do controle da Guarda Nacional, mas afirmam que a situação era desesperadora e qualquer ajuda de soldados da ativa seria bem-vinda.

Rapidez
Outra questão que se discutia em Washington era se as tropas da ativa conseguiriam responder mais rapidamente e em maior número às necessidades da população do que a Guarda Nacional.
O "New York Times" conta que, de acordo com funcionários do governo federal, o pedido de ajuda não veio em parte porque militares acreditavam que a Guarda chegaria lá mais rápido e em parte porque membros civis do governo achavam que haveria problemas políticos se os soldados tivessem de atirar contra saqueadores.
Numa outra discussão, na semana passada, a governadora também rejeitou outra proposta, para um comando partilhado da missão, na qual tanto a Guarda Nacional como as tropas da ativa ficariam sob as ordens de um general da a ativa.


Com agências internacionais


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