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Para analistas, presidente infla o poder da oposição
DA FRANCE PRESSE
Para analistas venezuelanos, o presidente Hugo Chávez aumenta as ameaças de
golpe de Estado para "endurecer" com a oposição.
Luis Vicente León, diretor
do instituto de pesquisas
Datanálisis, afirma que a estratégia do governo é amplificar e massificar o caso superestimando a potência
golpista da oposição.
"É conveniente [para Chávez] dividir os venezuelanos
entre chavistas e golpistas.
Ele se coloca na posição de
vítima e manda para o exterior a mensagem de que a
oposição da Venezuela é toda golpista. Com isso, poderia tomar atitudes drásticas
sem parecer um ditador."
A respeito da paralisação
de hoje, León diz que "vai ser
imensa", mas crê que o governo venha a ser hábil o
bastante para não a repelir
com violência. "Quantas horas se pode marchar? Se o
governo não intervier, ela logo se dissolverá."
O sociólogo Tulio Hernández, diretor do Observatório
de Cultura Contemporâneo
de Caracas e colunista do
jornal "El Nacional", afirma
que a oposição é "totalmente
heterogênea" e a divide em
um setor "institucional",
majoritário, e um setor minoritário que busca o golpe.
Para Hernández, "um setor da oposição está gestando um golpe de Estado há
muito". "Esses opositores se
reúnem com os "comacates"
[comandantes, capitães e tenentes", que têm um projeto
político e militar. É um setor
minoritário, mas com muito
dinheiro e poder", diz.
León diz não acreditar na
importância de uma mediação internacional, como a do
secretário-geral da OEA, César Gavíria, e a do Centro
Carter. "Chávez recebe [essas mediações] como estratégia política, para demonstrar que está disposto a dialogar. Mas ele não está."
Hernández afirma que
tanto o governo quanto a
oposição buscam ganhar
terreno à espera do referendo revogatório previsto para
o ano que vem.
Esse instrumento constitucional serve para ratificar
ou revogar mandatos de cargos públicos e não tem ainda
data certa para acontecer.
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