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GUERRA SEM LIMITES
Segundo autoridades dos EUA, os dois atiradores foram treinados pela rede terrorista no Afeganistão
EUA ligam ataque no Kuait à Al Qaeda
DA REDAÇÃO
Autoridades de defesa dos EUA
disseram que os dois atiradores
kuaitianos que mataram um fuzileiro naval americano e feriram
outro anteontem foram treinados
pela rede terrorista Al Qaeda em
acampamentos no Afeganistão.
Ontem, as forças dos EUA no
Kuait se envolveram em novo incidente com tiros.
Um soldado que se dirigia a
uma zona de treinamento no norte do país disparou contra um veículo civil após um de seus ocupantes ter supostamente apontado uma arma em sua direção. Os
tiros teriam atingido a capota do
carro, que partiu em velocidade.
"Acreditamos que haja uma ligação terrorista", disse um oficial
americano, que não quis ter seu
nome revelado, sobre o ataque
que matou anteontem Antonio
Sledd, 20. Os dois agressores também morreram na troca de tiros
com os soldados americanos.
Outra fonte dos serviços de segurança disse à agência de notícias Reuters que os dois agressores -os primos Anas Ahmad
Ibrahim Abdel-Rehim al Kandari,
21, e Jassem Hamad Mubarak Salem al Hajri, 26- já haviam sido
interrogados sobre suas viagens
ao Afeganistão. "Quando os prendemos, eles disseram que estiveram lá [no Afeganistão" prestando ajuda humanitária", disse a autoridade kuaitiana.
Os investigadores tentam descobrir se havia ligação direta entre
os dois e o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. Mohammed al
Awadi, xeque kuaitiano que conhecia os dois primos, disse que
Al Kandari viveu no Afeganistão e
"esteve na linha de frente com o
Taleban". Teria voltado ao Kuait
dias antes do 11 de setembro.
O governo do Kuait anunciou a
prisão de pelo menos 50 testemunhas e suspeitos de ajudar a dupla
no atentado, ocorrido na ilha de
Failaka (golfo Pérsico) durante
exercícios militares dos EUA.
Testemunhas disseram que o
enterro dos atiradores, ontem, no
Kuait, se transformou numa passeata com slogans contra o Ocidente e gritos de "Allahu Akbar"
(Deus é o maior). Militantes islâmicos no país disseram não acreditar que a Al Qaeda tenha elaborado o ataque, que ao seu ver seria
apenas uma operação de acordo
com o "espírito" das idéias professadas por Bin Laden.
Abdullah al Kandari, irmão de
Anas Kandari, disse não saber se
ele pertencia à Al Qaeda, mas que,
antes de morrer, havia pedido para ser enterrado como "mártir".
Em seus discursos, Bin Laden e
outros líderes da Al Qaeda criticam a presença militar americana
no Oriente Médio, sobretudo na
Arábia Saudita, berço do islã.
O ataque aos fuzileiros navais
americanos seguiria, assim, esse
"espírito", ainda mais num momento em que Washington articula uma nova campanha militar
contra o Iraque.
Embora oficialmente os exercícios militares conjuntos entre
kuaitianos e americanos sejam
"de rotina", há suspeitas de que
fariam parte dos preparativos para uma eventual guerra para depor o ditador Saddam Hussein.
Com agências internacionais
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