São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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Turquia é excluída por problemas estruturais

RODRIGO UCHÔA
DA REDAÇÃO

Analistas crêem que a UE tenha deixado a Turquia de fora por causa da falha do país em promover mudanças estruturais, como a redefinição do papel das Forças Armadas, que ocupam um espaço especial no jogo de poder. Seis dos dez homens que se tornaram presidentes foram militares -como o próprio fundador da república (1923), Mustafá Kemal "Ataturk" (pai dos turcos).
Nos últimos 40 anos, houve quatro golpes de Estado comandados pelo Exército.
Os cadetes são educados pelo Estado em escolas especiais que não estão sob a jurisdição do Ministério da Educação. Assim que se formam, recebem salários muito maiores que o dos servidores civis. Como têm uma formação considerada superior, acabam ocupando postos-chave em grandes empresas -muitas delas têm participação do Estado.
É o Estado-Maior que faz e administra o Orçamento das Forças Armadas, além de controlar a indústria de armas. Há, sob o controle militar, negócios tão diversos quanto o petróleo, o turismo, a produção automobilística (em joint venture com a Renault) e os serviços bancários. A economia, portanto, não se adequaria aos ditames de livre mercado europeus.



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