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ÁFRICA DO SUL
Mandela celebra 10 anos de liberdade
JAIME SPITZCOVSKY
especial para a Folha
Um dos aposentados mais
ilustres do planeta mantém a
sua agenda cheia hoje, dia em
que completa uma década do
fim de seus 27 anos na prisão.
O líder negro sul-africano Nelson Mandela inaugura no interior do país um museu destinado a preservar a memória do dirigente responsável pelo fim do
apartheid, o regime de segregação racial da África do Sul.
A 11 de fevereiro de 1990, o
"subversivo" Mandela deixou a
prisão de Victor Verster. Saiu
caminhando, mãos dadas com
sua mulher, Winnie, de quem se
divorciaria seis anos depois.
A foto do líder negro, com o
braço levantado e o punho cerrado na entrada da prisão, viajou pelo planeta e tornou-se um
dos ícones do mundo pós-Guerra Fria, sinalizando então o fim
próximo do apartheid.
Em 94, Mandela elegeu-se presidente da África do Sul. Conseguiu desmontar o regime de segregação racial sem desatar uma
guerra civil e permaneceu no
poder até o ano passado, quando entregou o governo a seu
herdeiro político, Thabo Mbeki.
O sucesso inquestionável na
condução pacífica para um governo da maioria negra não envolve os resultados da era Mandela no campo social e econômico. O desemprego em algumas
regiões do país chega a mais de
30%, e a criminalidade ataca em
dimensões que deram à África
do Sul o título de uma das áreas
mais violentas do planeta.
Mandela, 81, continua suas atividades políticas, alicerçadas na
imagem de um dos últimos estadistas do século e numa estrutura concentrada em um escritório com dez funcionários em Johannesburgo.
"A aposentadoria existe apenas no papel", afirma sua porta-voz, Zelda la Grange.
O líder negro é agora o principal mediador no conflito étnico
que rasga o Burundi, um pequeno país africano.
No cenário internacional,
Mandela busca despertar maior
interesse pela África e também
participa dos esforços pela paz
no Oriente Médio.
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