São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2000


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ÁFRICA DO SUL
Mandela celebra 10 anos de liberdade

JAIME SPITZCOVSKY
especial para a Folha

Um dos aposentados mais ilustres do planeta mantém a sua agenda cheia hoje, dia em que completa uma década do fim de seus 27 anos na prisão.
O líder negro sul-africano Nelson Mandela inaugura no interior do país um museu destinado a preservar a memória do dirigente responsável pelo fim do apartheid, o regime de segregação racial da África do Sul.
A 11 de fevereiro de 1990, o "subversivo" Mandela deixou a prisão de Victor Verster. Saiu caminhando, mãos dadas com sua mulher, Winnie, de quem se divorciaria seis anos depois.
A foto do líder negro, com o braço levantado e o punho cerrado na entrada da prisão, viajou pelo planeta e tornou-se um dos ícones do mundo pós-Guerra Fria, sinalizando então o fim próximo do apartheid.
Em 94, Mandela elegeu-se presidente da África do Sul. Conseguiu desmontar o regime de segregação racial sem desatar uma guerra civil e permaneceu no poder até o ano passado, quando entregou o governo a seu herdeiro político, Thabo Mbeki.
O sucesso inquestionável na condução pacífica para um governo da maioria negra não envolve os resultados da era Mandela no campo social e econômico. O desemprego em algumas regiões do país chega a mais de 30%, e a criminalidade ataca em dimensões que deram à África do Sul o título de uma das áreas mais violentas do planeta.
Mandela, 81, continua suas atividades políticas, alicerçadas na imagem de um dos últimos estadistas do século e numa estrutura concentrada em um escritório com dez funcionários em Johannesburgo.
"A aposentadoria existe apenas no papel", afirma sua porta-voz, Zelda la Grange.
O líder negro é agora o principal mediador no conflito étnico que rasga o Burundi, um pequeno país africano.
No cenário internacional, Mandela busca despertar maior interesse pela África e também participa dos esforços pela paz no Oriente Médio.


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