São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Bush defende McCain, mas vê problemas

Republicano, que perde em Estados mais ortodoxos, ainda precisa "convencer que é conservador sólido"

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Mesmo sem indicar seu candidato favorito, o presidente George W. Bush se posicionou ontem pela primeira vez sobre a disputa presidencial nas primárias de seu partido. Em entrevista à TV pela manhã, Bush afirmou que o favorito John McCain tem problemas em conquistar o voto da base tradicional do partido, mas "é um verdadeiro conservador".
"Ele é um conservador. Veja, é muito forte em defesa nacional, é duro em termos fiscais, acredita que os cortes de impostos devem ser permanentes, é contra o aborto", disse o presidente, admitindo as dificuldades do candidato entre eleitores mais tradicionais. "Se John for o indicado, ele tem de convencer as pessoas de que é um conservador sólido, e eu ficarei feliz em ajudá-lo."
O resultado do apoio de um presidente com um índice de aprovação baixo, na casa dos 30%, é uma questão polêmica no Partido Republicano desde o início da disputa. Mas, com a vitória de McCain no partido dada como certa e o foco nas eleições de novembro, o endosso passa a ser considerado. Fontes da campanha de McCain, segundo o "New York Times", dizem que o candidato está ávido pelo apoio de Bush. O argumento é que o presidente, que tem a simpatia de parte dos conservadores, pode convecê-los a ir às urnas. O voto nos EUA não é obrigatório.
"Se John [McCain] for o indicado, vai atrair independentes e alguns democratas. Mas eu acho que o presidente ainda tem um forte grupo de seguidores entre a base republicana", diz o senador republicano John Thune, de Dakota do Sul.

Desafio
McCain já conta com 697 delegados contra 214 do ex-pastor Mike Huckabee, em universo total de 2.380. É um placar difícil de ser revertido (302 estão nas mãos de outros candidatos), mas o prestígio do rival com conservadores tem adiado a confirmação da vitória de McCain nas prévias.
As eleições de sábado são um espelho disso. Huckabee venceu no Kansas, onde há grande peso de evangélicos, por 60% dos votos contra 24% do rival. Já McCain ganhou no Estado de Washington, por 25% a 24%.
Na sulista Lousiana, Huckabee liderava a votação por 43% a 42%, mas o vencedor ainda não foi definido. Nas regras peculiares do Estado, como ninguém ultrapassou 50% da preferência, a decisão é protelada para uma convenção no dia 16.


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