|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bush defende McCain, mas vê problemas
Republicano, que perde em Estados mais ortodoxos, ainda precisa "convencer que é conservador sólido"
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Mesmo sem indicar seu candidato favorito, o presidente
George W. Bush se posicionou
ontem pela primeira vez sobre
a disputa presidencial nas primárias de seu partido. Em entrevista à TV pela manhã, Bush
afirmou que o favorito John
McCain tem problemas em
conquistar o voto da base tradicional do partido, mas "é um
verdadeiro conservador".
"Ele é um conservador. Veja,
é muito forte em defesa nacional, é duro em termos fiscais,
acredita que os cortes de impostos devem ser permanentes, é contra o aborto", disse o
presidente, admitindo as dificuldades do candidato entre
eleitores mais tradicionais. "Se
John for o indicado, ele tem de
convencer as pessoas de que é
um conservador sólido, e eu ficarei feliz em ajudá-lo."
O resultado do apoio de um
presidente com um índice de
aprovação baixo, na casa dos
30%, é uma questão polêmica
no Partido Republicano desde
o início da disputa. Mas, com a
vitória de McCain no partido
dada como certa e o foco nas
eleições de novembro, o endosso passa a ser considerado.
Fontes da campanha de
McCain, segundo o "New York
Times", dizem que o candidato
está ávido pelo apoio de Bush.
O argumento é que o presidente, que tem a simpatia de parte
dos conservadores, pode convecê-los a ir às urnas. O voto
nos EUA não é obrigatório.
"Se John [McCain] for o indicado, vai atrair independentes
e alguns democratas. Mas eu
acho que o presidente ainda
tem um forte grupo de seguidores entre a base republicana",
diz o senador republicano John
Thune, de Dakota do Sul.
Desafio
McCain já conta com 697 delegados contra 214 do ex-pastor
Mike Huckabee, em universo
total de 2.380. É um placar difícil de ser revertido (302 estão
nas mãos de outros candidatos), mas o prestígio do rival
com conservadores tem adiado
a confirmação da vitória de
McCain nas prévias.
As eleições de sábado são um
espelho disso. Huckabee venceu no Kansas, onde há grande
peso de evangélicos, por 60%
dos votos contra 24% do rival.
Já McCain ganhou no Estado
de Washington, por 25% a 24%.
Na sulista Lousiana, Huckabee liderava a votação por 43%
a 42%, mas o vencedor ainda
não foi definido. Nas regras peculiares do Estado, como ninguém ultrapassou 50% da preferência, a decisão é protelada
para uma convenção no dia 16.
Texto Anterior: Pré-candidatos intensificam corte a superdelegados Próximo Texto: Americanas Índice
|