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DIVISÃO ENTRE PALESTINOS
Autoridade Nacional Palestina aperta cerco contra movimento islâmico Hamas e fecha agência de notícias
Arafat aumenta pressão contra extremistas
das agências internacionais
A Autoridade Nacional Palestina
(ANP), presidida por Iasser Arafat, reforçou ontem sua ofensiva
contra o movimento fundamentalista islâmico Hamas e os meios de
comunicação que veiculam comunicados dos extremistas palestinos. A tensão aumentou na quinta-feira, quando a polícia deteve
"para interrogatório" o porta-voz
do Hamas, Abdel Aziz Rantissi.
Até a noite de ontem, Rantissi
ainda não havia sido libertado. O
Hamas disse que a detenção de seu
porta-voz é um fato "grave". Rantissi acusou o chefe das forças palestinas de segurança, coronel Jibril Rajub, de ter arquitetado o assassinato do especialista em bombas do Hamas Muhideen Al-Charif, o "Engenheiro 2".
Sua morte -o corpo foi encontrado junto a um carro que explodiu em Ramallah (Cisjordânia)-
deflagrou um conflito interno nos
territórios palestinos. As investigações da ANP afirmam que
Al-Charif morreu em decorrência
de brigas internas no Hamas. O
movimento acusou a polícia palestina de ter assassinado Al-Charif, em colaboração com Israel, e
de ter torturado alguns de seus integrantes para obter confissões.
Autoridades palestinas ordenaram o fechamento do escritório da
agência de notícias "Reuters" na
cidade de Gaza, devido à veiculação de um vídeo no qual um militante do Hamas, de rosto coberto,
atacava a ANP e sua colaboração
com as forças israelenses. "Fechamos o escritório porque a agência
fabricou notícias que provocaram
divisões no Estado Palestino", disse um funcionário da ANP.
O fechamento foi definido como
"provisório", mas não foi divulgado prazo.
O secretário-geral da Presidência da ANP, Tayeb Abdel Rahim,
disse ontem que "o Hamas deve
deixar de fazer ataques por intermédio dos meios de comunicação
e ajudar a encontrar o assassino".
"Não faremos campanha contra o
Hamas como força política, mas
não permitiremos que ele condene as pessoas à morte e deixe cadáveres nas ruas."
Processo de paz
O responsável palestino pelas
negociações de paz com Israel,
Saeb Erekat, afirmou ontem que
os EUA teriam desistido de publicar uma proposta sobre a retirada
de tropas da Cisjordânia. "Isso é
exatamente o desejo do premiê
Binyamin Netanyahu", disse.
Os EUA estariam retardando o
anúncio de sua proposta -Israel
entregaria nova porção da Cisjordânia (13%) à ANP- para dar a
Netanyahu tempo para chegar a
um acordo com os partidos de direita que o sustentam.
"É uma ilusão acreditar que Netanyahu aceitará essa proposta",
disse Erekat. "Já falamos que o
prazo dado a ele é um tempo perdido para o processo de paz".
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