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APOCALIPSE
Argentina
teme suicídio
coletivo na
Páscoa
LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires
O domingo de Páscoa deste ano
na Argentina ganhou em dramaticidade. Um grupo de 11 pessoas
permanece acampado em Uspallata, noroeste do país, a 100 km da
fronteira com o Chile, rezando para a Virgem de Lourdes há 28 dias,
enfrentando frio e preocupando as
autoridades com um discurso
apocalíptico.
O temor vem de cartas enviadas
por integrantes do grupo a seus
parentes. Elas contêm mensagens
do tipo "a virgenzinha vai nos levar a um lugar onde estaremos a
salvo, onde nada do que se passa
neste mundo chegará a nós" ou "a
guerra começou, e Deus dará uma
sacudida tremenda neste inferno
formado por vivos. As pessoas
roubarão cada vez mais, e os alimentos terminarão".
A leitura de algumas autoridades
foi de que as cartas são indícios de
uma possível tentativa de suicídio
coletivo. Os crentes negam e dizem não formar uma seita.
A juíza María Fontemacchi retirou do local uma criança de dois
anos que estava na companhia dos
pais e a entregou aos avós.
Já chegou a haver 40 crentes no
local. Depois da visita de psicólogos, a maioria deixou o acampamento. A líder do grupo, a cabeleireira Margarita de Beltramo, 58,
diz ter contatos com a Virgem e
estar convencida de que o fim do
mundo será amanhã.
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