São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2005

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Governador iraquiano é seqüestrado

DA REDAÇÃO

Três dias após o início de ofensiva americana contra a insurgência perto da fronteira da Síria com o Iraque, que, segundo os EUA, deixou ao menos cem insurgentes mortos, homens armados seqüestraram o governador da Província de Anbar. Para soltá-lo, exigem que os soldados americanas deixem Qaim, 320 km a oeste de Bagdá, onde começou a ofensiva.
O governador Raja Nawaf al Mahalavi foi capturado quando ia de Qaim para Ramadi. Segundo seu irmão, os captores exigem que a tribo de Al Mahalavi liberte seguidores do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, líder da Al Qaeda no país.
Três marines foram mortos e cerca de 20 ficaram feridos na ofensiva, batizada de "Operação Matador", uma das maiores feitas pelos EUA no país em seis meses. A ofensiva ocorre em meio a uma onda de ataques que matou mais de 300 pessoas desde o anúncio do novo governo, em 28 de abril.
Marines entraram anteontem no deserto Jazirah, perto da fronteira com a Síria. "Acreditamos que essa área tenha muitos insurgentes estrangeiros de várias áreas -Síria, Jordânia, Arábia Saudita, Palestina", disse o coronel Steven Boylan, um porta-voz das forças dos EUA no Iraque.
Segundo o diretor de operações do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, general James Conway, grande parte da insurgência se moveu de pontos de resistência como Fallujah e Ramadi para locais ao norte e a oeste. "Há suspeitas de que o treinamento deles é maior que o que vimos no leste." Residentes afirmaram que houve conflito ontem nas cidades de Obeidi, Rommana e Karabilah.

Outros seqüestros
Ontem expirou o prazo dado pelos seqüestradores do engenheiro australiano Douglas Wood, que exigem a retirada dos soldados da Austrália do país. Segundo o chanceler australiano, Alexander Downer, nenhum contato foi feito após o fim do prazo. Também foi mais um dia sem notícias do engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Jr., desaparecido desde janeiro.
Ontem o governo japonês não havia conseguido fazer contato com os seqüestradores de Akihiko Saito. O grupo Ansar al Sunna assumiu a autoria do seqüestro.
Já o chanceler italiano, Gianfrancesco Fini, sugeriu ontem que os soldados italianos ficariam no Iraque até o começo de 2006 -anteriormente, o premiê italiano Silvio Berlusconi havia afirmado que eles começariam a voltar para casa em setembro.
Indagado sobre a retirada, Fini respondeu que "coincidiria com o ato final do caminho das Nações Unidas", a eleição de um governo iraquiano permanente, em dezembro. A retirada ocorreria um ou dois meses após a eleição.
Dois carros-bomba explodiram ontem em Bagdá, matando ao menos nove pessoas e ferindo 19, incluindo três soldados dos EUA. Anteontem, três marines morreram na região central do país.
A Assembléia iraquiana indicou um comitê de 55 legisladores para preparar a Constituição do país.


Com agências internacionais

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