São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Nova lei, porém, facilita reeleição de Mubarak

Parlamento egípcio acaba com candidatura única à Presidência

DA REDAÇÃO

Num gesto descrito pela oposição como mero teatro, o Parlamento do Egito aprovou ontem emenda constitucional que permite a participação de vários candidatos nas eleições presidenciais do país. Para a oposição, o texto aprovado na prática inviabiliza a vitória de alguém que se oponha ao Partido Nacional Democrático (PND), do ditador Hosni Mubarak, há 24 anos no poder.
Pelo sistema atual, o presidente é escolhido pelo Parlamento e apenas referendado pela população, que diz se o aceita ou não.
Segundo o novo texto, os candidatos independentes à Presidência deverão ser recomendados por 250 membros do Parlamento e dos Conselhos Municipais do país. Todos eles são dominados amplamente pelo partido de Mubarak. Segundo oposicionistas, isso significa que o PND pode "escolher" seus adversários.
Os partidos de oposição já estabelecidos não precisarão se submeter a essa restrição, mas eles estão enfraquecidos. A real ameaça política a Mubarak vem da Irmandade Muçulmana, grupo oposicionista colocado na ilegalidade, mas que possui 15 deputados, eleitos como independentes. O texto aprovado na prática impede que um membro da irmandade concorra à Presidência como candidato independente.
A mudança ainda deverá ser aprovada em plebiscito previsto para o fim deste mês. As próximas eleições presidenciais ocorrem em setembro. Mubarak, 77, ainda não disse se irá concorrer, embora isso seja o esperado.
O Departamento de Estado dos EUA declarou que todo movimento em direção a um Egito mais democrático é bem-vindo, mas que ainda precisa estudar melhor o novo texto antes de se pronunciar com mais detalhes.


Com agências internacionais


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