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ORIENTE MÉDIO
Nova lei, porém, facilita reeleição de Mubarak
Parlamento egípcio acaba com candidatura única à Presidência
DA REDAÇÃO
Num gesto descrito pela oposição como mero teatro, o Parlamento do Egito aprovou ontem
emenda constitucional que permite a participação de vários candidatos nas eleições presidenciais
do país. Para a oposição, o texto
aprovado na prática inviabiliza a
vitória de alguém que se oponha
ao Partido Nacional Democrático
(PND), do ditador Hosni Mubarak, há 24 anos no poder.
Pelo sistema atual, o presidente
é escolhido pelo Parlamento e
apenas referendado pela população, que diz se o aceita ou não.
Segundo o novo texto, os candidatos independentes à Presidência deverão ser recomendados
por 250 membros do Parlamento
e dos Conselhos Municipais do
país. Todos eles são dominados
amplamente pelo partido de Mubarak. Segundo oposicionistas, isso significa que o PND pode "escolher" seus adversários.
Os partidos de oposição já estabelecidos não precisarão se submeter a essa restrição, mas eles estão enfraquecidos. A real ameaça
política a Mubarak vem da Irmandade Muçulmana, grupo
oposicionista colocado na ilegalidade, mas que possui 15 deputados, eleitos como independentes.
O texto aprovado na prática impede que um membro da irmandade concorra à Presidência como candidato independente.
A mudança ainda deverá ser
aprovada em plebiscito previsto
para o fim deste mês. As próximas
eleições presidenciais ocorrem
em setembro. Mubarak, 77, ainda
não disse se irá concorrer, embora isso seja o esperado.
O Departamento de Estado dos
EUA declarou que todo movimento em direção a um Egito
mais democrático é bem-vindo,
mas que ainda precisa estudar
melhor o novo texto antes de se
pronunciar com mais detalhes.
Com agências internacionais
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