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ANÁLISE
Estados Unidos esperam que novas punições forcem Teerã a negociar
DANIEL DOMBEY
JAMES BLITZ
DO "FINANCIAL TIMES"
Seis meses de esforço intensivo de Barack Obama e
de seu governo deram resultado anteontem quando as
Nações Unidas impuseram
novas sanções ao Irã.
Nenhum integrante do governo considera que essas
medidas bastem para restringir o programa nuclear de
Teerã. Mas a Casa Branca
acredita que, somadas a outras sanções de parte da
União Europeia e dos próprios EUA, essas ações façam
com que o Irã se disponha a
negociar e retarde o ritmo de
progresso do programa.
Ao longo do ano, a busca
por sanções da ONU dominou as discussões entre Obama e os líderes de Rússia,
China, Turquia e Brasil. Mas
essas discussões tiveram resultados contraditórios.
Os EUA pressionaram por
medidas abrangentes contra
os setores financeiro e de
energia iranianos, a fim de
criar divisões quanto ao programa nuclear na elite governante do país.
Rússia e China, porém, insistiram em medidas mais
suaves; Turquia e Brasil argumentaram que era melhor
continuar negociando.
As novas sanções expandem o embargo de armas ao
Irã, estabelecem regras para
a interdição marítima de cargas suspeitas de pertencerem ao Irã e proíbem Teerã de
investir na mineração e enriquecimento de urânio.
Mas os EUA claramente tiveram de ceder para garantir
a aprovação da resolução, e
John McCain, derrotado por
Obama na eleição de 2008,
descreveu as sanções como
"muito fracas".
Ainda assim, funcionários
do governo americano afirmam que elas negarão ao
programa nuclear iraniano
componentes e insumos como óxido de urânio.
O Congresso dos EUA fechou acordo com o governo
quanto a finalizar as sanções
que pretende impor até a semana de 20 de junho, o que
propiciará algum tempo para
que as medidas da ONU e da
União Europeia procedam.
As medidas unilaterais
dos EUA seriam dirigidas a
empresas que fornecem petróleo refinado ao Irã e poderiam se estender a grupos financeiros internacionais que
ainda se mantêm no país.
Mas analistas duvidam da
eficácia até dessas medidas.
"Os EUA não conseguirão
nada que se assemelhe a adesão universal às sanções "opcionais'", disse Flynt Leverett, ex-funcionário da CIA e
da Casa Branca. "O efeito líquido será acelerar a transferência de oportunidades de
negócios dos países ocidentais para a China e outras potências não ocidentais."
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