São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2000

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ORIENTE MÉDIO
Barak diz que se reunirá com Clinton sem esperança de retomada do processo de paz; um soldado israelense morre
Israel mata 4 palestinos em outro "Dia da Fúria"

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


O Exército de Israel matou ontem quatro palestinos e feriu 151 durante confrontos na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Em mais um "Dia da Fúria" na região, dois palestinos tombaram em tiroteios na faixa de Gaza e outros dois -um garoto de 15 anos e um árabe-israelense de 25 anos- foram mortos em Jenin (norte da Cisjordânia). Um soldado israelense foi morto em Belém (Cisjordânia) e um policial de Israel sofreu ferimentos pela explosão de uma pequena bomba em Jerusalém.
A polícia israelense voltou a proibir que homens com menos de 45 anos fizessem as orações de sexta-feira na Esplanada das Mesquitas -foi após a visita do líder oposicionista Ariel Sharon ao local, em 28 de setembro, que a onda de violência teve início.
Os choques entre palestinos e israelenses estendem-se pela sexta semana consecutiva e já deixaram pelo menos 194 mortos -quase todos palestinos. Ontem, as cidades de Belém e de Ramallah, ambas na Cisjordânia, foram fechadas pelo Exército de Israel.
Ehud Barak, premiê de Israel, mostrou-se cético quanto à reunião com o presidente dos EUA, Bill Clinton, no domingo, três dias após a visita do líder palestino Iasser Arafat à Casa Branca.
"Não creio que as conversações de Washington levem a uma retomada das negociações", disse.
Arafat pediu ao Conselho de Segurança da ONU o envio à região de uma força de paz com 2.000 homens. Os EUA, que têm poder de veto, provavelmente vão se opor a essa missão de paz.
Hussein al Sheikh, da liderança do Fatah, grupo político de Arafat, declarou um "estado de guerra" contra Israel, denunciando como "terrorismo de Estado" o ataque de helicóptero realizado na quinta-feira, em Belém -Hussein Abayat, 33, um líder local do Fatah e duas mulheres que passavam pelo local foram mortos na ofensiva.
O miniparlamento palestino adiou encontro em 15 de novembro para discutir a declaração de um Estado independente em Gaza e na Cisjordânia devido a uma reunião de países islâmicos, que ameaçam aprovar o fim de qualquer tipo de relação com Israel.
Segundo relatório divulgado ontem pela Anistia Internacional, jovens palestinos foram retirados de suas casas no meio da noite e espancados. Um dos casos relatados ocorreu em 1º de outubro: um adolescente de 17 anos foi chutado e esbofeteado em sua casa por soldados e depois levado para uma prisão. Ele ficou quatro dias na cela, onde outros 30 menores palestinos também apanharam.


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