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São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Baixas chegam a 151

Bremer prevê aumento de ataques a soldados

DA REDAÇÃO

Ante um surto de baixas, duas das principais autoridades americanas para o Iraque têm prognósticos de curto prazo pouco animadores para o país: os ataques durante a reconstrução devem aumentar, e as tropas dos EUA revidarão com mais força.
Em entrevista ao jornal britânico "The Times" publicada ontem, o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão (APC), Paul Bremer, criticou os serviços de inteligência e disse esperar a intensificação da violência por parte da resistência iraquiana e de combatentes estrangeiros que entrariam no país pelas fronteiras da Síria e do Irã.
Nas últimas duas semanas, uma série de ataques produziu dezenas de baixas entre as fileiras dos EUA e os civis iraquianos.
"Teremos mais ataques e mais terrorismo, pois os terroristas já perceberam que a dinâmica da reconstrução caminha a nosso favor", declarou Bremer. "Isso deve ser um problema nos próximos meses, a menos que a inteligência melhore", afirmou.
No sábado, o general John Abizaid, chefe do Comando Central Americano, teria afirmado que os EUA tomariam medidas mais duras para combater a resistência, sobretudo na região do Triângulo Sunita, bastião do regime deposto e pólo de ataques a seus soldados.
A declaração teria sido feita a líderes tribais da própria região em um encontro ocorrido em Ramadi, afirmou Taha Bedawi, prefeito de Fallujah, que esteve na reunião.

Novas baixas
As baixas dos EUA em ataques no pós-guerra chegaram ontem a 151, com o anúncio da morte de um policial militar americano em um ataque com granadas-foguetes na véspera perto de Iskandariya, 50 km ao sul de Bagdá.
Em Mossul, no norte do país, o filho do diretor de distribuição da petroleira estatal foi morto por três desconhecidos que abriram fogo contra o carro em que ele estava. O executivo, Mohammed al Zibari, foi ferido na perna.
Em Bagdá, um conselheiro municipal foi morto por um soldado americano acidentalmente, provocando protestos no maior bairro xiita da capital, Sadr City. Segundo o comando americano, um motorista barrado na entrada da Câmara Municipal teria atacado um soldado que montava guarda na tentativa de tomar sua arma. Na confusão, o conselheiro Muhamad al Kaadi foi atingido.
O governo turco, que na semana passada retirou sua oferta de enviar tropas ao Iraque, denunciou combates entre tropas dos EUA e rebeldes curdos que vivem na Turquia ocorridos durante o fim de semana na fronteira entre os dois países. Os EUA não confirmaram o incidente. Segundo a Chancelaria turca, um combatente curdo iraquiano que trabalhava para as forças americanas teria sido morto.

Contratos
A APC promoverá na próxima semana conferências simultâneas em Londres e Washington para empresas que buscam oportunidades na reconstrução do Iraque.
A administração americana em Bagdá tem sido criticada pela distribuição de contratos no pós-guerra por supostamente favorecer empresas ligadas a membros do governo em Washington ou aquelas que doaram dinheiro para a campanha presidencial de George W. Bush.


Com agências internacionais

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