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IRAQUE OCUPADO
Baixas chegam a 151
Bremer prevê aumento de ataques a soldados
DA REDAÇÃO
Ante um surto de baixas, duas
das principais autoridades americanas para o Iraque têm prognósticos de curto prazo pouco animadores para o país: os ataques
durante a reconstrução devem
aumentar, e as tropas dos EUA revidarão com mais força.
Em entrevista ao jornal britânico "The Times" publicada ontem,
o chefe da Autoridade Provisória
da Coalizão (APC), Paul Bremer,
criticou os serviços de inteligência
e disse esperar a intensificação da
violência por parte da resistência
iraquiana e de combatentes estrangeiros que entrariam no país
pelas fronteiras da Síria e do Irã.
Nas últimas duas semanas, uma
série de ataques produziu dezenas
de baixas entre as fileiras dos EUA
e os civis iraquianos.
"Teremos mais ataques e mais
terrorismo, pois os terroristas já
perceberam que a dinâmica da reconstrução caminha a nosso favor", declarou Bremer. "Isso deve
ser um problema nos próximos
meses, a menos que a inteligência
melhore", afirmou.
No sábado, o general John Abizaid, chefe do Comando Central
Americano, teria afirmado que os
EUA tomariam medidas mais duras para combater a resistência,
sobretudo na região do Triângulo
Sunita, bastião do regime deposto
e pólo de ataques a seus soldados.
A declaração teria sido feita a líderes tribais da própria região em
um encontro ocorrido em Ramadi, afirmou Taha Bedawi, prefeito
de Fallujah, que esteve na reunião.
Novas baixas
As baixas dos EUA em ataques
no pós-guerra chegaram ontem a
151, com o anúncio da morte de
um policial militar americano em
um ataque com granadas-foguetes na véspera perto de Iskandariya, 50 km ao sul de Bagdá.
Em Mossul, no norte do país, o
filho do diretor de distribuição da
petroleira estatal foi morto por
três desconhecidos que abriram
fogo contra o carro em que ele estava. O executivo, Mohammed al
Zibari, foi ferido na perna.
Em Bagdá, um conselheiro municipal foi morto por um soldado
americano acidentalmente, provocando protestos no maior bairro xiita da capital, Sadr City. Segundo o comando americano,
um motorista barrado na entrada
da Câmara Municipal teria atacado um soldado que montava
guarda na tentativa de tomar sua
arma. Na confusão, o conselheiro
Muhamad al Kaadi foi atingido.
O governo turco, que na semana passada retirou sua oferta de
enviar tropas ao Iraque, denunciou combates entre tropas dos
EUA e rebeldes curdos que vivem
na Turquia ocorridos durante o
fim de semana na fronteira entre
os dois países. Os EUA não confirmaram o incidente. Segundo a
Chancelaria turca, um combatente curdo iraquiano que trabalhava
para as forças americanas teria sido morto.
Contratos
A APC promoverá na próxima
semana conferências simultâneas
em Londres e Washington para
empresas que buscam oportunidades na reconstrução do Iraque.
A administração americana em
Bagdá tem sido criticada pela distribuição de contratos no pós-guerra por supostamente favorecer empresas ligadas a membros
do governo em Washington ou
aquelas que doaram dinheiro para a campanha presidencial de
George W. Bush.
Com agências internacionais
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