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População faz fila diante de bancos
DA REDAÇÃO
Venezuelanos correram aos
bancos ontem para sacar dinheiro
e a supermercados e postos de gasolina para abastecer seus carros e
suas despensas, temendo um período de escassez após nove dias
de greve geral no país.
Filas longas cresciam na manhã
de ontem nas proximidades das
agências dos maiores bancos na
capital venezuelana, chegando a
atrapalhar o trânsito de carros em
algumas ruas.
A publicitária Mercedes Flores,
36, esperava sua vez no último lugar de uma fila diante de uma
agência de um banco privado na
região leste de Caracas.
"Preciso sacar dinheiro, e os
bancos só estão abrindo três horas por dia. Temos muito medo,
pois não é possível ver uma saída
para essa situação", disse ela. "Estamos tirando dinheiro para estarmos prontos para qualquer
coisa que acontecer."
Em um banco, gerentes restringiram os saques a 1 milhão de bolívares (cerca de R$ 2.900) por
pessoa. "Estamos atarantados",
afirmou um executivo de um dos
maiores bancos do país -que
não quis ser identificado.
Ao aderir à greve, o presidente
da Associação Bancária da Venezuela, Ignacio Salvatierra, anunciou que os bancos começariam a trabalhar a partir de ontem apenas das 9h às 12h.
O governo afirma que a greve
geral não conseguiu parar o país,
exceto em redutos da oposição,
como a região leste de Caracas, o
centro financeiro da capital venezuelana.
Muitas lojas e outros estabelecimentos permaneciam abertos na
região central da cidade, onde os
edifícios do governo estão localizados, e camelôs enchiam as calçadas como em dias normais.
Pelo segundo dia seguido, havia
longas filas de carros em postos
de gasolina, mas vários permaneceram fechados, altamente vigiados por soldados das Forças Armadas.
Anteontem, por ordem do presidente Hugo Chávez, os soldados
tomaram as instalações da estatal
Petróleos de Venezuela (PDVSA)
para protegê-las e garantir a distribuição de combustível.
Mas as reservas dos postos de
gasolina gradualmente acabavam
diante da paralisação da PDVSA.
Supermercados
"A angústia das pessoas é muito
grande. Nos últimos dias, aumentou muito o movimento para
comprar alimentos", disse um
funcionário de um supermercado
no bairro de Chacao, na região
leste da capital.
A dona-de-casa María Suárez,
47, que fazia compras no local,
afirmou: "As pessoas estão preocupadas porque os recursos estão
se esgotando, a greve está crescendo, e o presidente não dá o braço a
torcer".
Em alguns estabelecimentos, as
prateleiras de enlatados começavam a se esvaziar.
"Já são nove dias [de greve]. Tenho medo de violência", disse a
engenheira Carmen Melendez,
em outro supermercado.
Com agências internacionais
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