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SUL DO LÍBANO
Israel perde sétimo homem em menos de três semanas; Barak reafirma que retirada será feita em julho
Hizbollah mata mais 1 soldado israelense
das agências internacionais
O primeiro-ministro de Israel,
Ehud Barak, reafirmou ontem a
intenção de retirar as tropas de
seu país do Líbano dentro de quatro meses e meio. A declaração foi
dada depois de guerrilheiros do
grupo extremista islâmico Hizbollah terem matado mais um soldado israelense na zona do sul do
Líbano ocupada por Israel.
É a sétima morte de militares israelenses na região em menos de
três semanas. Outros dois soldados ficaram feridos, um deles gravemente. Barak também disse
que a morte será respondida com
"ataques muito dolorosos em território libanês, quando e como
quisermos".
"A guerra está entrando em seu
estágio final. Dentro de quatro
meses e meio, estou determinado
a pôr um fim à tragédia que já dura 18 anos no Líbano e a trazer os
rapazes de volta às fronteiras internacionais", disse o premiê.
A retirada israelense da faixa de
território libanês ocupada foi
uma das promessas do trabalhista
Barak durante sua campanha
eleitoral. Ele disse que a saída
ocorreria dentro de um ano a partir de sua posse, em julho de 99.
Por causa do incidente, uma delegação israelense abandonou
uma reunião internacional que tinha como objetivo discutir a situação no Líbano.
Em represália às ações do Hizbollah, Israel vem bombardeando
o Líbano desde o início da semana, tendo como alvos supostas
bases do grupo guerrilheiro e a infra-estrutura do país. Três centrais elétricas foram destruídas, e
20 civis ficaram feridos.
Após a morte do soldado, a
aviação israelense voltou a realizar bombardeios.
Israel ocupa uma faixa de território do Líbano sob a justificativa
de proteger o norte de seu território de ataques de guerrilheiros,
que dizem ter como objetivo acabar com a ocupação israelense.
A reunião de ontem, entre Israel, Líbano, Síria, França e EUA,
havia sido convocada pelos norte-americanos para tratar do acordo
de 96 que limitava a alvos militares os ataques na região ocupada.
Israel violou o acordo ao atingir
áreas civis do Líbano, mas afirma
que o Hizbollah o fez primeiro,
lançando ataques a partir de vilarejos libaneses.
Um acordo entre Israel e Síria
-que controla a política interna
do Líbano- é considerado essencial para que a situação libanesa seja resolvida.
As negociações entre os dois
países estão congeladas, mas Barak acredita ainda poder retomar
o diálogo. Além disso, não descarta completamente uma retirada
unilateral, mesmo sem acordo.
Pesquisa publicada ontem pelo
jornal "Maariv" mostra que 56%
dos israelenses querem a saída de
suas tropas do Líbano, mesmo
sem acordo de paz.
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