São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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SUL DO LÍBANO
Israel perde sétimo homem em menos de três semanas; Barak reafirma que retirada será feita em julho
Hizbollah mata mais 1 soldado israelense

das agências internacionais

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, reafirmou ontem a intenção de retirar as tropas de seu país do Líbano dentro de quatro meses e meio. A declaração foi dada depois de guerrilheiros do grupo extremista islâmico Hizbollah terem matado mais um soldado israelense na zona do sul do Líbano ocupada por Israel.
É a sétima morte de militares israelenses na região em menos de três semanas. Outros dois soldados ficaram feridos, um deles gravemente. Barak também disse que a morte será respondida com "ataques muito dolorosos em território libanês, quando e como quisermos".
"A guerra está entrando em seu estágio final. Dentro de quatro meses e meio, estou determinado a pôr um fim à tragédia que já dura 18 anos no Líbano e a trazer os rapazes de volta às fronteiras internacionais", disse o premiê.
A retirada israelense da faixa de território libanês ocupada foi uma das promessas do trabalhista Barak durante sua campanha eleitoral. Ele disse que a saída ocorreria dentro de um ano a partir de sua posse, em julho de 99.
Por causa do incidente, uma delegação israelense abandonou uma reunião internacional que tinha como objetivo discutir a situação no Líbano.
Em represália às ações do Hizbollah, Israel vem bombardeando o Líbano desde o início da semana, tendo como alvos supostas bases do grupo guerrilheiro e a infra-estrutura do país. Três centrais elétricas foram destruídas, e 20 civis ficaram feridos.
Após a morte do soldado, a aviação israelense voltou a realizar bombardeios.
Israel ocupa uma faixa de território do Líbano sob a justificativa de proteger o norte de seu território de ataques de guerrilheiros, que dizem ter como objetivo acabar com a ocupação israelense.
A reunião de ontem, entre Israel, Líbano, Síria, França e EUA, havia sido convocada pelos norte-americanos para tratar do acordo de 96 que limitava a alvos militares os ataques na região ocupada.
Israel violou o acordo ao atingir áreas civis do Líbano, mas afirma que o Hizbollah o fez primeiro, lançando ataques a partir de vilarejos libaneses.
Um acordo entre Israel e Síria -que controla a política interna do Líbano- é considerado essencial para que a situação libanesa seja resolvida.
As negociações entre os dois países estão congeladas, mas Barak acredita ainda poder retomar o diálogo. Além disso, não descarta completamente uma retirada unilateral, mesmo sem acordo.
Pesquisa publicada ontem pelo jornal "Maariv" mostra que 56% dos israelenses querem a saída de suas tropas do Líbano, mesmo sem acordo de paz.


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