|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁSIA
Líderes timorenses querem mais soldados e professores de português brasileiros
Timor pede maior presença do Brasil
CLÓVIS ROSSI
enviado especial a Bancoc
As autoridades de Timor Leste
estão cobrando do governo brasileiro um maior envolvimento
com o território, na forma, principalmente, do envio de maior número de soldados e, também, de
professores de português.
A cobrança foi feita ontem por
José Ramos-Horta, uma espécie
de ministro informal das Relações
Exteriores de Timor, território colonizado por Portugal, mas ocupado pela Indonésia em 1975 e
que no ano passado optou pela
independência em plebiscito.
Após a votação, milícias antiindependência, que teriam o apoio
do Exército da Indonésia, promoveram ataques contra civis timorenses.
Ramos-Horta, ganhador do
Prêmio Nobel da Paz, está em
Bancoc para participar da Unctad-10, a décima reunião quadrienal da Conferência das Nações
Unidas para Comércio e Desenvolvimento, que se inicia hoje na
capital tailandesa.
O Brasil tem 51 soldados como
parte das forças de paz enviadas
pelas Nações Unidas para Timor
Leste.
Os seguranças pessoais de Ramos-Horta e do principal líder de
Timor, José Alexandre Xanana
Gusmão, são brasileiros, diz o
próprio Ramos-Horta.
O que ele gostaria é de ver reforçada a presença militar brasileira,
mas também a civil. Além de professores de português, pede também médicos e paramédicos.
Afirma que Portugal, apesar de
ser um país bem menor que o
Brasil, enviou mais gente e participa com mais recursos dos esforços de reconstrução do futuro
país.
Ramos-Horta acena também
com oportunidades de negócios
para empresas brasileiras. "Timor
está destruído, mas, por isso mesmo, tudo está por se fazer", afirma ele.
O interesse do governo brasileiro por Timor Leste está, de todo
modo, aumentando. Esta semana, o embaixador do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, Jadiel
Ferreira de Oliveira, esteve na
ilha, levando carta do presidente
Fernando Henrique Cardoso para Xanana Gusmão. É uma carta
protocolar, em resposta à correspondência enviada pelo líder timorense.
O embaixador foi também tratar dos detalhes para a visita de
uma delegação do Itamaraty, que
vai cuidar exatamente da instalação de uma missão brasileira em
Timor.
A delegação é precursora de
uma visita que próprio chanceler
brasileiro, Luiz Felipe Lampreia,
deve fazer a Timor Leste ainda no
primeiro semestre deste ano.
Texto Anterior: Sul do Líbano: Hizbollah mata mais 1 soldado israelense Próximo Texto: Crítica: Eleição no Peru não será "livre e justa", diz estudo americano Índice
|