São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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ÁFRICA
Ação no sul do país é confirmada
Ataque a escola mata 14 crianças no Sudão

das agências internacionais

Os ataques a uma escola do sul do Sudão (nordeste da África) que deixaram 14 crianças mortas na terça-feira foram confirmados por uma equipe internacional de jornalistas que chegou a Kaouda. Um avião do governo lançou quatro bombas perto da escola durante uma aula fora da sala.
A maioria das vítimas era de estudantes do ensino fundamental que estavam tendo aulas de inglês sentados sob uma árvore.
Desde 1983, o governo sudanês combate guerrilhas separatistas do sul do país, onde a população é majoritariamente animista e cristã. O Sudão tem maioria muçulmana e o islamismo é a religião oficial. O conflito, um dos mais longos da África, já deixou mais de 1,5 milhão de mortos.
"As bombas atingiram o alvo estabelecido, um campo militar. Os guerrilheiros é que estão levando civis para dentro de seus campos", afirmou Dirdiery Ahmed, um diplomata sudanês em Nairóbi (Quênia).
A escola é dirigida pela Igreja Católica Romana e fica numa cidade a 800 km ao sul da capital do país, Cartum.
Durante o ataque morreu também uma professora de 22 anos e outras 17 crianças sofreram ferimentos graves.
"Toda a comunidade está em choque, eles não conseguem entender o que aconteceu", afirmou Stephen Amin, um jornalista local que testemunhou o ataque.
Segundo ele, o avião despejou as quatro bombas no local e depois mais oito perto de outras duas escolas de vilas próximas.
Um vídeo amador feito poucos minutos depois mostra uma criança desnorteada com a mão estraçalhada e a diretora do colégio tentando segurar os intestinos de outro garoto atingido pelos estilhaços na barriga. O segundo menino morreu logo em seguida.
Nartisio Loluke Manir, representante de uma organização de ajuda ligada à guerrilha separatista, disse que o governo tenta acabar com a educação e evitar o desenvolvimento da região.


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