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Ataques a xiitas se intensificam e deixam 21 mortos
DA REDAÇÃO
A expectativa de que o novo governo iraquiano seja liderado por
xiitas religiosos fez com que os
ataques a alvos xiitas se intensificassem no Iraque.
Um carro-bomba matou ontem
ao menos 12 pessoas, entre elas
quatro soldados iraquianos, do
lado de fora de uma mesquita xiita na cidade de Balad Ruz, nordeste de Bagdá. Segundo a polícia,
o ataque ainda deixou 40 feridos,
entre eles três crianças.
As vítimas estavam deixando a
mesquita após a cerimônia xiita
da Ashura, que marca a morte do
imã Hussein, neto do profeta Muhammad, em uma batalha em
Karbala, em 680.
O país planeja fechar suas fronteiras na semana que vem para
impedir a entrada excessiva de
peregrinos no país por causa das
cerimônias.
O grupo terrorista liderado pelo
terrorista jordaniano Abu Musab
al Zarqawi assumiu a autoria do
atentado em uma declaração na
internet, mas afirmou que o alvo
era uma patrulha da Guarda Nacional.
Em Bagdá, insurgentes invadiram uma padaria xiita, abrindo
fogo contra trabalhadores e matando ao menos nove pessoas, segundo a Reuters.
"Estava saindo de casa, em frente à padaria, quando os vi atirando. Eles usavam máscaras e gritavam "Deus é grande" enquanto
atiravam", disse uma testemunha.
Outros ataques
Os corpos de quatro homens,
aparentemente policiais, foram
encontrados em Haswa. Outro
policial foi morto quando um carro passou atirando em Baquba.
Um soldado americano morreu
em um ataque com uma bomba
artesanal em Bagdá. Dois civis
morreram em conflito entre tropas americanas e insurgentes.
O grupo terrorista liderado por
al Zarqawi também assumiu em
mensagem na internet a responsabilidade pelo seqüestro do coronel Riyadh Katei Aliwi, membro do Ministério do Interior. O
seqüestro de Aliwi aconteceu anteontem.
Eleições
Membros da comissão eleitoral
iraquiana afirmaram ontem que
precisam de "só uns dias, no máximo", para terminar a apuração
dos votos da eleição do dia 30 de
janeiro. O anúncio do resultado
era esperado para anteontem,
mas foi adiado porque cerca de
300 urnas precisaram ser recontadas e irregularidades foram apontadas na região de Mossul (norte).
"A apuração está em seu estágio
final. Só cerca de 3% das urnas
ainda estão sendo apuradas", afirmou Abdul-Hussein Hendawi,
chefe da comissão eleitoral.
Segundo os últimos números
parciais, o grupo do grão-aiatolá
Ali al Sistani, Aliança Unida Iraquiana, de xiitas religiosos, teve
cerca de 2,3 milhões de votos, ficando em primeiro lugar.
Anteontem, um representante
de Al Sistani, o xeque Ammar al
Hilali, levou sete tiros de insurgentes em dois carros enquanto
deixava uma mesquita. Ele está
sendo tratado em um hospital em
Bagdá, segundo um parente.
Um líder xiita encorajou o clérigo linha-dura Moqtada al Sadr
ontem a tomar parte do processo
político após as eleições.
Sadr, que liderou dois levantes
violentos contra tropas americanas em abril e agosto de 2004,
condenou a eleição repetidamente, dizendo que ela não poderia
acontecer enquanto tropas estrangeiras estivessem no Iraque.
No entanto alguns membros de
seu movimento se candidataram
pela Aliança Iraquiana Unida.
Fonte próxima a Sadr disse que
nenhuma decisão foi tomada sobre o movimento tomar parte no
processo político, mas que uma
declaração será feita logo.
Comparecimento
Membros da comissão eleitoral
anunciaram ontem números finais de comparecimento para a
eleição de conselhos em 12 Províncias iraquianas, confirmando
forte comparecimento entre xiitas
e curdos. Não foram divulgados
números das áreas sunitas.
Em Bagdá, o comparecimento
foi de 48%. Na Província de Babil,
71% dos eleitores registrados
compareceram.
Os maiores comparecimentos
se deram na Província de Dohuk,
com 89%, e Sulaimaniyah, com
80%. Ambas fazem parte da região curda.
O menor comparecimento foi
registrado na Província de Diyala,
local do ataque da mesquita. Nas
Províncias xiitas de Karbala e Najaf, o comparecimento foi de 73%.
Com agências internacionais
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