DA REDAÇÃO

O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, fez uma visita-surpresa ao Iraque, ontem, onde assistiu a exercícios das forças de segurança iraquianas. Ele afirmou que elas devem tomar a responsabilidade de derrotar a insurgência. Rumsfeld voou para Mossul (norte) antes do amanhecer. "A tarefa à nossa frente é ajudar as forças de segurança do Iraque a progredir em seu trabalho. Isso vai levar algum tempo", afirmou a soldados americanos.
"Devemos supor que muitos deles não devem se comportar como se fossem veteranos endurecidos pelas batalhas. Mas um dia, logo, eles vão. Eles terão de fazer isso, pois são os iraquianos que terão, com o tempo, de derrotar a insurgência. É o país deles. É responsabilidade deles. E eles são os que terão essa obrigação."
De uma mesa de observação, Rumsfeld viu as tropas de operações especiais iraquianas conduzirem um ataque simulado no acampamento Vitória, em Bagdá. Ele usou binóculos quando os comandos iraquianos atacaram um prédio após descer de cordas que pendiam de um helicóptero HH-60.
Depois, Rumsfeld encorajou um membro das tropas de operações especiais iraquianas a "ir intimidar os intimidadores", referindo-se aos insurgentes.
No acampamento Dublin, Rumsfeld usou óculos de proteção e tampões de ouvido enquanto inspecionava uma equipe de resgate paramilitar conduzir um exercício de ação contraterrorista. Ele ainda visitou soldados feridos em Mossul.
Rumsfeld afirmou que as tropas americanas poderão deixar o Iraque uma vez que as forças iraquianas estejam fortes o bastante para manter a segurança, mas não deu pistas sobre um calendário de redução das tropas.
"Uma vez que [as forças de segurança iraquianas] tenham segurança, capacidade e habilidade, nossas forças, as forças de coalizão, terão condições de voltar para casa com a honra que teremos conseguido e a gratidão de uma nação", disse.
Rumsfeld afirmou nesta semana existirem 136 mil membros treinados e equipados nas forças de segurança iraquianas -cerca da metade da meta a longo prazo estabelecida pelo Pentágono.
O general George Casey declarou que os incidentes violentos diminuíram desde a eleição para cerca de 60 ataques por dia, mais ou menos o mesmo nível registrado em dezembro. Casey afirmou que vai colocar de 2.000 a 3.000 soldados americanos com as forças de segurança iraquianas para ensiná-las. O general americano John Vines assumiu o comando das tropas terrestres da forças de coalizão no Iraque.
A Casa Branca anunciou que o presidente americano George W. Bush e o premiê interino do Iraque, Iyad Allawi, discutiram ontem sobre a persistência da violência após a eleição iraquiana, os esforços para treinar as forças de segurança do Iraque e o papel dos países vizinhos.