São Paulo, quinta, 12 de fevereiro de 1998

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Ataque estará pronto em uma semana

das agências internacionais

Os EUA estarão prontos para atacar o Iraque dentro de uma semana, afirmou ontem o comandante das forças norte-americanas estacionadas no Oriente Médio, o general Anthony Zinni.
As declarações foram dadas a bordo de um avião no qual viajava também o secretário de Defesa dos EUA, William Cohen, que terminou giro diplomático pela região.
Washington tem aumentado a pressão sobre o Iraque. Ontem, foi anunciado que outros 19 aviões devem chegar ao Oriente Médio. As forças norte-americanas na região já contam com dois porta-aviões e mais de 200 aeronaves.
Os EUA ameaçam atacar o Iraque caso este continue a impedir o trabalho dos inspetores de armas da ONU, presentes no país para verificar a eliminação do arsenal de destruição em massa iraquiano.
A eliminação do arsenal é condição para o levantamento do embargo comercial a que o país árabe está submetido desde 1990, quando invadiu o Kuait.
Ontem, o chanceler iraquiano, Mohammed Saeed al Sahaf, afirmou que seu governo aceita a proposta russa de acordo.
A Rússia, que lidera esforços para solução diplomática, propôs que o Iraque permita o acesso dos inspetores a oito palácios presidenciais antes vedados. O Iraque, porém, exige que representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU participem da inspeção.
Os EUA e o Reino Unido, que também defende o uso da força para solucionar a crise, rechaçaram a proposta. Segundo o governo norte-americano, o Iraque deve cumprir as resoluções da ONU sem impor condições.
A França, que luta por uma saída pacífica, elogiou a concessão iraquiana, mas a julgou insuficiente.
Ontem, Noruega, Itália, Espanha e República Tcheca disseram apoiar um ataque caso os esforços diplomáticos falhem.
Ainda ontem, Kuait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Omã, Arábia Saudita e Bahrein afirmaram que o Iraque seria o único responsável por eventual ação militar.
O Iraque voltou a dizer que não tem intenção de atacar países vizinhos. O vice-premiê Tareq Aziz afirmou ontem que seu país não tem a intenção de "golpear ninguém mais que nosso agressor".



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