São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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O VENCEDOR

Líder da centro-esquerda gosta de mountain bike e lê revista para agricultores italianos

Discrição é a marca do acadêmico Prodi

STEPHEN CASTLE
DO "INDEPENDENT", EM BRUXELAS

O contraste entre Silvio Berlusconi, o magnata errático da mídia, bombástico e falador, e Romano Prodi, sólido e cauteloso professor de economia vindo de Bolonha, é evidente.
Prodi não tem nada de astucioso ou escorregadio. Durante seu mandato na Comissão Européia, entre 1999 e 2004, o apelido que ele apreciava era "o diesel". Ele se enxergava como alguém que trabalha árdua e metodicamente e produz resultados.
Prodi não é adepto de frases feitas, mas às vezes gosta de dizer coisas provocantes. Em incidente famoso, ele ultrajou colegas ao descrever como "estúpido" o conjunto de regras que regem o euro.
Prodi estudou na London School of Economics, em Harvard e em Stanford. Ele nasceu em 1939, sendo o oitavo de nove irmãos, sete dos quais se tornaram professores universitários.
Esse pano de fundo acadêmico contou a seu favor durante seu primeiro mandato como premiê da Itália (1996-99), quando foi visto como antídoto a seus rivais, políticos profissionais corruptos. Mas, na ultrapolítica Bruxelas, ele foi criticado por sua falta de carisma.
Ex-democrata cristão que passou a apoiar os ex-comunistas reformados, Prodi não veio de uma família com vínculos políticos estabelecidos e, por essa razão, lhe faltavam aliados.
Ele é engajado com a proposta da integração européia. Enquanto esteve em Bruxelas, porém, seu foco de atenção principal pareceu ser a Itália. Sempre que possível ele deixava a capital belga e viajava para Bolonha, para passear pela zona rural em sua mountain bike. Sua revista favorita é a "Terra e Vita", semanário sobre agricultura. E ele certa vez se queixou de que, enquanto consegue identificar a origem e a tendência política de um italiano após uma conversa breve, lhe era impossível fazer o mesmo na internacional Bruxelas.


Tradução de Clara Allain

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