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O VENCEDOR
Líder da centro-esquerda gosta de mountain bike e lê revista para agricultores italianos
Discrição é a marca do acadêmico Prodi
STEPHEN CASTLE
DO "INDEPENDENT", EM BRUXELAS
O contraste entre Silvio Berlusconi, o magnata errático da mídia, bombástico e falador, e Romano Prodi, sólido e cauteloso
professor de economia vindo de
Bolonha, é evidente.
Prodi não tem nada de astucioso ou escorregadio. Durante
seu mandato na Comissão Européia, entre 1999 e 2004, o apelido
que ele apreciava era "o diesel".
Ele se enxergava como alguém
que trabalha árdua e metodicamente e produz resultados.
Prodi não é adepto de frases
feitas, mas às vezes gosta de dizer coisas provocantes. Em incidente famoso, ele ultrajou colegas ao descrever como "estúpido" o conjunto de regras que regem o euro.
Prodi estudou na London
School of Economics, em Harvard e em Stanford. Ele nasceu
em 1939, sendo o oitavo de nove
irmãos, sete dos quais se tornaram professores universitários.
Esse pano de fundo acadêmico
contou a seu favor durante seu
primeiro mandato como premiê
da Itália (1996-99), quando foi
visto como antídoto a seus rivais, políticos profissionais corruptos. Mas, na ultrapolítica
Bruxelas, ele foi criticado por sua
falta de carisma.
Ex-democrata cristão que passou a apoiar os ex-comunistas
reformados, Prodi não veio de
uma família com vínculos políticos estabelecidos e, por essa razão, lhe faltavam aliados.
Ele é engajado com a proposta
da integração européia. Enquanto esteve em Bruxelas, porém,
seu foco de atenção principal pareceu ser a Itália. Sempre que
possível ele deixava a capital belga e viajava para Bolonha, para
passear pela zona rural em sua
mountain bike. Sua revista favorita é a "Terra e Vita", semanário
sobre agricultura. E ele certa vez
se queixou de que, enquanto
consegue identificar a origem e a
tendência política de um italiano
após uma conversa breve, lhe
era impossível fazer o mesmo na
internacional Bruxelas.
Tradução de Clara Allain
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