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Chávez ataca álcool, mas isenta o Brasil
Presidente venezuelano diz que vai "derrubar" plano de Bush para promover biocombustível na região
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, voltou a investir
contra o plano dos EUA de incentivar a produção de álcool
como combustível alternativo
aos derivados de petróleo.
Em ato oficial na noite de anteontem, transmitido pela TV,
Chávez prometeu "derrubar" o
acordo americano-brasileiro
para desenvolvimento da produção de álcool combustível,
mas negou que essa posição
afetará as relações que a Venezuela tem com o Brasil. "Assim
como derrubamos a Alca (Área
de Livre Comércio das Américas), vamos derrubar o plano
do álcool", afirmou.
No mês passado, em visita ao
Brasil, George W. Bush assinou
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva um protocolo de
intenções para promover a produção e o uso internacional do
álcool como combustível. Enquanto o Brasil fabrica o álcool
a partir da cana, os EUA o fazem a partir do milho.
Desde então a idéia da promoção desse biocombustível
tem sido fonte de polêmica. Entre os ataques mais vigorosos
que recebeu estão os de Fidel
Castro, que afirma que o uso de
alimentos para produzir combustível criará um desequilíbrio no mercado mundial de
alimentos que provocará um
"genocídio" dos mais pobres.
Num tom bem menos apocalíptico, mas ainda crítico, artigo
de dois economistas americanos na revista "Foreign Affairs"
afirma que a produção do álcool a partir do milho em grande escala fará aumentar o preço
de produtos alimentícios.
Lembrando que na próxima
semana a Venezuela abrigará a
1ª Cúpula Energética Sul-Americana, Chávez acusou Bush de
querer jogar o Brasil contra o
seu país ao tentar promover um
"cartel do álcool" para dividir a
região. Na cúpula, conforme
adiantado pela Folha, Lula
tentará evitar o confronto
ideológico com Chávez, mas
defenderá a ampliação do uso
do álcool como combustível.
"A América Latina não deve
se preocupar (...), pois todo o
petróleo e combustível de que
precisa está aqui na Venezuela", emendou Chávez, que tira
boa parte de sua força política
das receitas de seu país com as
exportações de petróleo. Ele
quer promover o uso do gás natural, de que a Venezuela também dispõe, no lugar do álcool.
Com agências internacionais
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