São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Chávez ataca álcool, mas isenta o Brasil

Presidente venezuelano diz que vai "derrubar" plano de Bush para promover biocombustível na região

DA REDAÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a investir contra o plano dos EUA de incentivar a produção de álcool como combustível alternativo aos derivados de petróleo.
Em ato oficial na noite de anteontem, transmitido pela TV, Chávez prometeu "derrubar" o acordo americano-brasileiro para desenvolvimento da produção de álcool combustível, mas negou que essa posição afetará as relações que a Venezuela tem com o Brasil. "Assim como derrubamos a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), vamos derrubar o plano do álcool", afirmou.
No mês passado, em visita ao Brasil, George W. Bush assinou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um protocolo de intenções para promover a produção e o uso internacional do álcool como combustível. Enquanto o Brasil fabrica o álcool a partir da cana, os EUA o fazem a partir do milho.
Desde então a idéia da promoção desse biocombustível tem sido fonte de polêmica. Entre os ataques mais vigorosos que recebeu estão os de Fidel Castro, que afirma que o uso de alimentos para produzir combustível criará um desequilíbrio no mercado mundial de alimentos que provocará um "genocídio" dos mais pobres.
Num tom bem menos apocalíptico, mas ainda crítico, artigo de dois economistas americanos na revista "Foreign Affairs" afirma que a produção do álcool a partir do milho em grande escala fará aumentar o preço de produtos alimentícios.
Lembrando que na próxima semana a Venezuela abrigará a 1ª Cúpula Energética Sul-Americana, Chávez acusou Bush de querer jogar o Brasil contra o seu país ao tentar promover um "cartel do álcool" para dividir a região. Na cúpula, conforme adiantado pela Folha, Lula tentará evitar o confronto ideológico com Chávez, mas defenderá a ampliação do uso do álcool como combustível.
"A América Latina não deve se preocupar (...), pois todo o petróleo e combustível de que precisa está aqui na Venezuela", emendou Chávez, que tira boa parte de sua força política das receitas de seu país com as exportações de petróleo. Ele quer promover o uso do gás natural, de que a Venezuela também dispõe, no lugar do álcool.


Com agências internacionais


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