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Ressurge teoria de que
terrorista não agiu só
DE NOVA YORK
Executado Timothy McVeigh,
ressurge com força a teoria de que
o ex-sargento não agiu sozinho.
Ontem mesmo, a defesa do terrorista voltou a falar da possibilidade de existência do segundo
"John Doe" (expressão inglesa
equivalente a "Fulano de Tal").
Segundo o advogado Christopher Tritico, os indícios estão nas
4.500 páginas dos documentos
perdidos pelo FBI e só divulgados
em 11 de maio último, trapalhada
da polícia federal que resultou no
adiamento da execução de
McVeigh para ontem.
No relatório de 17 páginas, os
dois advogados dizem que "há
evidências, detidas pelo governo,
de que outra pessoa pode ter sido
o cabeça por trás do atentado".
Eles não estão sozinhos ao acreditar que McVeigh não era o líder e
que seu amigo Terry Nichols,
condenado à prisão perpétua em
1998 por um papel secundário,
não seria o único cúmplice.
O problema, segundo os advogados, começou com o tamanho
da investigação, que deixou muitos furos. O FBI ouviu 35 mil testemunhas, recebeu telefonemas,
cartas, visitas e e-mails que levaram a 43 mil "pistas".
"Não há nada mais do que o
apurado", disse Steven Berry,
porta-voz do FBI. "Continuar
com o caso é como caçar fantasmas." Não é o que dizem 20 testemunhas, que afirmam ter visto
em algum momento John Doe 2
junto de McVeigh, mas cujos depoimentos foram ignorados.
Uma delas é uma balconista de
uma lanchonete Subway, que diz
ter servido McVeigh, Nichols e
uma terceira pessoa no dia anterior ao atentado e que os três amigos entraram juntos no caminhão
que carregaria depois a bomba.
Ela entregou a fita do circuito interno de TV ao FBI, mas nunca foi
chamada a depor.
Entre os suspeitos estão o separatista alemão Andreas Strassmeir. Cabeça do movimento neonazista da comunidade de Elohim
City, vizinha a Oklahoma City,
Strassmeir teria sido o cabeça do
esquema de segurança do atentado. Ele nega.
Outro é Morris Wilson, líder de
um movimento separatista de
Kansas, no Texas, que teria sido
visto na cidade no dia do ataque
por várias pessoas. Ele nega também. Na semana seguinte ao atentado, o FBI chegou a soltar um retrato falado do segundo suspeito,
baseado nos depoimentos, mas
depois o desautorizou.
Em vários depoimentos,
McVeigh diz ter agido sozinho,
inocentando até mesmo seu amigo Nichols. Mas muitos acreditam que já fazia parte do caráter
messiânico e solitário que o terrorista queria dar a seu ato.
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