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EUA prevêem conselho iraquiano
DA REDAÇÃO
A administração americana do
Iraque deve anunciar, nos próximos dias, um conselho administrativo formado por até 25 iraquianos de diferentes grupos étnicos e religiosos. A medida, citada
ontem por membros da Autoridade Provisória de Coalizão
(APC) e líderes iraquianos, é o
primeiro passo para a transferência de poder à população do país,
o que analistas vêem como a única solução para a onda de ataques
contra as forças de ocupação.
O cronograma definitivo para a
transição, no entanto, ainda depende da promulgação de uma
nova Constituição para o país, o
que requer a criação de uma assembléia específica.
Depois de oito semanas de negociações entre a APC e representantes das diferentes facções iraquianas, o administrador do Iraque, o diplomata americano Paul
Bremer, passou a chamar o grupo
de "conselho administrativo", ao
invés de "conselho consultivo".
Com a mudança de nomenclatura, Bremer pretende atribuir
mais poderes aos iraquianos,
atendendo à demanda pela rápida
implementação de um governo
representativo e evitando que a
população passe a apoiar a resistência, supostamente formada
por membros do regime deposto.
No entanto, o poder decisório
permanecerá com a coalizão.
Ao conselho caberá sugerir medidas à Autoridade e auxiliá-la em
sua implementação, além de fazer
a ponte entre Washington e os
ministérios iraquianos.
Segundo o jornal "The Washington Post", o conselho deve
privilegiar os xiitas em detrimento de outros grupos -inclusive
dos exilados iraquianos, vistos a
princípio como os mais alinhados
aos planos de Washington.
Se formalizada, a atitude ilustraria a tentativa da administração
americana de agradar à população: a maioria dos iraquianos é
xiita e passou os 24 anos da ditadura de Saddam Hussein, um sunita, reprimida.
Fallujah
Após um dia de protesto dos
policiais iraquianos, os soldados
americanos decidiram reduzir
sua presença em Fallujah, uma
das cidades mais conturbadas do
oeste do país. Eles deixaram a delegacia local, onde, segundo os
iraquianos, sua permanência fazia dos policiais alvo de ataques
constantes da resistência. No entanto, o sargento Patrick Compton, porta-voz militar, negou que
os americanos tenham deixado a
cidade definitivamente.
Mesmo assim, Fallujah foi palco
de mais um ataque com granadas
de morteiro durante a noite, que
não deixou feridos. O mesmo
ocorreu na vizinha Ramadi.
Três soldados americanos e três
iraquianos foram feridos em ataques semelhantes em Samarra
(norte) e Bagdá. Segundo o general Tommy Franks, que nesta semana deixou o comando das operações e passou à reserva, as tropas dos EUA atualmente são vítimas de até 25 ataques diários.
Com agências internacionais
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