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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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PERU

Guzmán nega ligação com grupo

Emboscada do Sendero Luminoso mata sete

DA REDAÇÃO

Uma suposta emboscada do grupo terrorista Sendero Luminoso a uma patrulha em uma área de selva no sudeste do Peru deixou pelo menos sete mortos e dez feridos. Foi o pior ataque contra militares do país nos últimos quatro anos. A ação aconteceu anteontem, mas só foi divulgada ontem pelas Forças Armadas.
Os mortos são cinco integrantes da Marinha do país, incluindo um oficial, e dois camponeses de comitês de autodefesa civil que integravam a patrulha como guias.
No mês passado, o Sendero Luminoso já havia sido acusado de sequestrar 71 operários da empresa argentina Techint, que trabalhavam em um gasoduto em Ayacucho. Eles foram libertados 36 horas depois. Desde então, cerca de vinte patrulhas foram realizadas para tentar encontrar os sequestradores. Um militar já havia sido morto e ao menos dois foram feridos nas buscas.
Conhecido como um dos mais violentos grupos rebeldes da América Latina nos anos 80, o Sendero Luminoso havia perdido força desde 1992, com a captura de seu líder, Abimael Guzmán.
Segundo líderes dos comitês de autodefesa na região de Ayacucho, nos Andes, os guerrilheiros têm agora armas mais modernas.
Nos combates entre os anos 80 e 90, as armas utilizadas eram de segunda mão, roubadas. A cidade de Ayacucho, a 320 km da capital, Lima, é considerada o local de origem do Sendero Luminoso.
Na cadeia, Guzmán negou que tivesse ligação com os últimos ataques e disse que não reconhece a facção ""Prosseguir com a Luta Armada", acusada pelas ações.

Balas
A região do ataque de anteontem fica próxima ao povoado de Matucana e está a cerca de 550 km de Lima, na província de Huanta (Departamento de Ayacucho).
Os militares perseguiam um grupo de cerca de 50 guerrilheiros que havia passado por Matucana para tentar cooptar mais combatentes e comprar alimentos.
A emboscada ocorreu quando a patrulha, formada por cerca de 30 integrantes, havia parado para descansar. Os militares foram atacados a tiros, que vinham de rebeldes escondidos na mata. Não há informação sobre algum guerrilheiro também ter sido atingido.
"As balas vinham de todas as direções", disse um oficial militar que participava da patrulha à agência de notícias Associated Press.

Mortos
As ações envolvendo o Sendero Luminoso mataram cerca de 30 mil pessoas desde 1980, entre rebeldes, militares e civis.
No auge de sua campanha revolucionária, no início dos anos 90, o grupo guerrilheiro chegou a enfraquecer o governo do Peru de então, com seguidos assassinatos de prefeitos e explosões de carros-bomba na capital do país.


Com agências internacionais


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