DA REDAÇÃO

Ministros das duas Coréias irão se reunir a partir de hoje em Seul (Coréia do Sul), no primeiro encontro entre integrantes de alto escalão dos dois países desde o esfriamento das relações no ano passado que culminaram com choques navais em junho.
Uma delegação de 29 autoridades norte-coreanas desembarca hoje em Seul para os três dias de negociações, nos quais a Coréia do Sul tentará persuadir a Coréia do Norte a aplicar os acordos já acertados em vez de negociar novos acertos.
Entre os acordos feitos em novembro de 2000, as Coréias acertaram encontros entre familiares separados e a construção de uma ferrovia atravessando a fronteira entre os dois países, uma das mais militarizadas de todo o mundo. Também há projetos de ajuda econômica e de financiamento da construção de um parque industrial na Coréia do Norte.
No ano retrasado, os dois países competiram juntos nos Jogos Olímpicos de Sydney e o mesmo acontecerá este ano nos Jogos Asiáticos, que serão realizados em Seul.
As conversações entre o sul e o norte esfriaram após os atentados de 11 de setembro, quando o presidente dos EUA, George W. Bush, incluiu a Coréia do Norte entre os países do "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque.
A reaproximação entre os dois lados se deu com o envio de um emissário do presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-jung -prêmio Nobel da Paz por seu engajamento na melhoria nas relações com a Coréia do Norte- para Pyongyang (capital do norte).
As conversações que começam hoje serão monitoradas pelo Japão e pelos EUA. Durante fórum de segurança no fim do mês passado em Brunei, autoridades da Coréia do Norte concordaram em retomar o diálogo com o Japão e aceitaram receber um enviado americano ao país.
Analistas não sabem dizer qual será a postura da Coréia do Norte nas reuniões em Seul, pois o país tem tomado atitudes ambíguas nos últimos tempos.
Os dois países se separaram em 1945, após a Segunda Guerra, com a divisão oficial acontecendo três anos mais tarde com a criação das duas Coréias- a do sul, aliada dos EUA, e a do norte, comunista e aliada dos soviéticos. Entre 1950 e 53 os dois países entraram em guerra. O confronto se encerrou com uma trégua, mas sem paz.