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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Proposta é dos EUA

ONU votará resolução para legitimar conselho

DA REDAÇÃO

A ONU deve votar nesta semana uma resolução reconhecendo o Conselho de Governo Iraquiano, a pedido de Washington. Uma versão preliminar do texto já foi entregue aos demais membros permanentes do Conselho de Segurança -China, França, Reino Unido e Rússia- e inclui a autorização para uma missão humanitária das Nações Unidas.
A Chancelaria francesa confirmou ter conhecimento da proposta, mas disse ser "cedo" para comentários. Como a Rússia e a China, o país exige uma resolução que amplie o papel da ONU no Iraque, hoje restrito à assistência humanitária, para contribuir militarmente com a reconstrução.
Mas, segundo diplomatas, a nova proposta não menciona essa questão. Washington e Londres vêm se pronunciando contra uma votação nesse sentido, alegando que sua ação no país é legitimada pela resolução 1483, que criou a Autoridade Provisória da Coalizão (APC), em maio.
Entretanto, o alto custo das operações dos EUA -US$ 3,9 bilhões mensais- já levou políticos americanos a pedir ao governo para reconsiderar a posição. No domingo, o presidente da Comissão de Assuntos Externos do Senado americano, Richard Lugar, afirmou que os EUA deveriam propor uma resolução que lhes garantisse apoio internacional.
Composto por 25 iraquianos, o Conselho de Governo Iraquiano foi empossado pela APC em 13 de julho e tem função consultiva. O poder decisório sobre a reconstrução iraquiana e o controle dos fundos envolvidos se limita à coalizão -os EUA e, em menor escala, o Reino Unido.
Sua criação foi anunciada como o primeiro passo para o estabelecimento de um governo legítimo no Iraque. Na primeira ação nesse sentido, o conselho nomeou ontem uma comissão que deve decidir sobre a convocação de uma Assembléia Constituinte.
A expectativa é que o país tenha uma nova Constituição em um ano, o que abriria caminho para a convocação de eleições diretas.

Nova operação
Na região noroeste do Iraque, a mais conturbada do país, os EUA lançaram uma nova operação de caça a simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein -foragido desde abril- e a outros grupos que vêm atacando seus soldados.
Doze pessoas foram presas, e cinco depósitos clandestinos de armas foram descobertos.
Em um ataque em Baquba, mais um soldado americano foi morto e dois foram feridos, elevando para 56 as baixas os EUA em ações hostis no pós-guerra.
Em Basra (sul), sob controle britânico, os ânimos se acalmaram após dois dias de protestos. Por causa da violência, que culminou com a morte de dois iraquianos e de um segurança nepalês, o Kuait fechou sua fronteira com o Iraque temporariamente.


Com agências internacionais

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