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IRAQUE OCUPADO
Proposta é dos EUA
ONU votará resolução para legitimar conselho
DA REDAÇÃO
A ONU deve votar nesta semana uma resolução reconhecendo
o Conselho de Governo Iraquiano, a pedido de Washington.
Uma versão preliminar do texto
já foi entregue aos demais membros permanentes do Conselho
de Segurança -China, França,
Reino Unido e Rússia- e inclui a
autorização para uma missão humanitária das Nações Unidas.
A Chancelaria francesa confirmou ter conhecimento da proposta, mas disse ser "cedo" para
comentários. Como a Rússia e a
China, o país exige uma resolução
que amplie o papel da ONU no
Iraque, hoje restrito à assistência
humanitária, para contribuir militarmente com a reconstrução.
Mas, segundo diplomatas, a nova proposta não menciona essa
questão. Washington e Londres
vêm se pronunciando contra uma
votação nesse sentido, alegando
que sua ação no país é legitimada
pela resolução 1483, que criou a
Autoridade Provisória da Coalizão (APC), em maio.
Entretanto, o alto custo das operações dos EUA -US$ 3,9 bilhões mensais- já levou políticos
americanos a pedir ao governo
para reconsiderar a posição. No
domingo, o presidente da Comissão de Assuntos Externos do Senado americano, Richard Lugar,
afirmou que os EUA deveriam
propor uma resolução que lhes
garantisse apoio internacional.
Composto por 25 iraquianos, o
Conselho de Governo Iraquiano
foi empossado pela APC em 13 de
julho e tem função consultiva. O
poder decisório sobre a reconstrução iraquiana e o controle dos
fundos envolvidos se limita à coalizão -os EUA e, em menor escala, o Reino Unido.
Sua criação foi anunciada como
o primeiro passo para o estabelecimento de um governo legítimo
no Iraque. Na primeira ação nesse
sentido, o conselho nomeou ontem uma comissão que deve decidir sobre a convocação de uma
Assembléia Constituinte.
A expectativa é que o país tenha
uma nova Constituição em um
ano, o que abriria caminho para a
convocação de eleições diretas.
Nova operação
Na região noroeste do Iraque, a
mais conturbada do país, os EUA
lançaram uma nova operação de
caça a simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein -foragido
desde abril- e a outros grupos
que vêm atacando seus soldados.
Doze pessoas foram presas, e
cinco depósitos clandestinos de
armas foram descobertos.
Em um ataque em Baquba,
mais um soldado americano foi
morto e dois foram feridos, elevando para 56 as baixas os EUA
em ações hostis no pós-guerra.
Em Basra (sul), sob controle
britânico, os ânimos se acalmaram após dois dias de protestos.
Por causa da violência, que culminou com a morte de dois iraquianos e de um segurança nepalês, o
Kuait fechou sua fronteira com o
Iraque temporariamente.
Com agências internacionais
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