São Paulo, quarta, 12 de agosto de 1998

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Cuba rejeita "compañero'

da Redação e
da "France Presse"

Após quase 40 anos, o uso da palavra "compañero" (companheiro) como forma de tratamento entre os cubanos pode estar com seus dias contados.
Uma campanha no país propõe a troca do termo, um dos símbolos da Revolução Cubana de 1959, por "señor".
Por estar vivendo uma crise com seu sistema socialista, Cuba vem introduzindo timidamente uma economia de mercado. Por isso, o país discute o fim do uso do vocábulo pós-revolução.
Como "señor" é entendido pelos cubanos como uma forma "burguesa" de tratamento, a revista "Espacios" propôs o uso de "hermano" (irmão).
A discussão em Cuba lembra episódios de outros países. Em 91, quando a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) deixou de existir, iniciou-se um processo para se evitar o termo "tovarich" (camarada).
Passou-se a usar, então, "gaspadin" (senhor) ou "grajdanin" (cidadão), embora o "tovarich" ainda sobreviva entre os russos mais idosos.
Na América Latina, o uso de "companheiro" -em vez de "camarada"- foi o mais adotado entre os militantes comunistas nos anos 60 e 70.



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