São Paulo, quarta, 12 de agosto de 1998

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TERROR NA ÁFRICA
Guarda teria visto autores do ataque contra embaixada em Nairóbi
FBI interroga no Quênia suposta testemunha-chave

Associated Press
Joash Okindo, suposta testemunha do ataque, em hospital em Nairóbi, capital do Quênia


do "The Independent", em Nairóbi

Agentes do FBI estão interrogando um segurança queniano que pode ser a principal testemunha do atentado contra a Embaixada dos EUA em Nairóbi.
O homem, não-identificado, trabalha em uma firma de segurança contratada pela embaixada. Segundo colegas, ele estaria controlando o portão de acesso aos fundos da prédio quando uma camionete tentou invadir o local.
Na última sexta-feira, duas explosões ocorridas quase simultaneamente junto às embaixadas norte-americanas em Nairóbi (Quênia) e Dar Assalaam (Tanzânia) mataram pelo menos 234 pessoas e feriram cerca de 5.000.
A maior parte das mortes (224) ocorreu em Nairóbi, dentre as quais 12 cidadãos dos EUA.
"Quando o veículo teve sua entrada recusada, o motorista atirou o que parecia ser uma granada", disse Harun Sorobea, gerente da empresa de segurança United International Investigative Services.
Segundo ele, o guarda teria corrido pouco antes da explosão da bomba, sobrevivendo ao ataque.
Um outro segurança queniano teria conseguido impedir que os terroristas que conduziam o carro-bomba entrassem pelo portão principal da embaixada.
O guarda Joash Okindo disse ao jornal "East African Standard" que conseguiu deter, junto com colegas, cinco homens "de aspecto árabe" que tentaram entrar na embaixada com o carro-bomba.
Por causa da resistência, eles estacionaram e detonaram o carro-bomba junto à entrada dos fundos da embaixada. Okindo, ferido na explosão, foi levado para um hospital na Alemanha.
A credibilidade dos depoimentos dos dois guardas, porém, pode ser colocada em dúvida. Se eles realmente viram o que dizem ter visto, teriam de estar tão próximos da explosão que é um milagre estarem vivos para contar a história.
O governo da Tanzânia informou ontem ter prendido 14 estrangeiros, considerados suspeitos de envolvimento com o ataque terrorista em Dar Assalaam.
São seis iraquianos, seis sudaneses, um somali e um turco. Segundo a polícia, eles não apresentaram seus passaportes e não conseguiram explicar satisfatoriamente sua presença no país.



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