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GUERRA NA AMÉRICA
Vítima liga para
marido e relata
o sequestro
DA REDAÇÃO
Barbara Olson, uma das
vítimas do avião sequestrado que atingiu o Pentágono,
ligou duas vezes para seu
marido, o advogado Ted Olson, antes da queda. Barbara, que trabalhava como comentarista de uma rede de
TV, morreu.
"Ela telefonou para seu
marido duas vezes para contar que o avião havia sido sequestrado", informou a
CNN.
Barbara contou que todos
os passageiros e tripulantes,
inclusive o piloto, foram levados para a parte de trás da
aeronave pelos sequestradores. Sobre as armas em mãos
dos sequestradores, ela
mencionou apenas a existência de facas e estiletes.
O marido de Barbara disse
que ela não fez nenhuma referência à nacionalidade ou
à motivação dos sequestradores, segundo a CNN.
"Ela perguntou a Ted: "O
que eu digo para o piloto fazer?'", diz a reportagem da
CNN. "Era algo típico de
Barbara. Mas não havia nada que eles pudessem fazer,
eles estavam todos na parte
de trás do avião", disse o marido de Barbara.
Especialistas em aviação
ouvidos pela agência "Reuters" acreditam que os sequestradores imobilizaram
as tripulações, assumiram o
controle das aeronaves e, então, as desviaram para seus
alvos.
"Não posso acreditar que
qualquer piloto iria intencionalmente jogar seu avião
em um alvo. Mesmo com
um revólver na minha cabeça, eu não faria isso", disse
um piloto que preferiu não
se identificar.
Segundo Larry Johnson,
especialista em ações contra
o terrorismo formado pelo
Departamento de Defesa
dos Estados Unidos, não é
necessário muita experiência de vôo para redirecionar
um avião e jogá-lo contra
um prédio. "Não é preciso
ser um piloto experimentado", disse.
Outro piloto ouvido pela
"Reuters" discorda: "Eles teriam de ter alguma experiência de vôo para atingir o
alvo em cheio".
Segundo especialistas em
aviação e terrorismo, os terroristas se aproveitaram de
falhas nos procedimentos de
segurança em vôos internos
nos EUA para ganhar acesso
aos aviões e controlá-los.
A Administração Federal
de Aviação multou no início
deste ano a companhia
American Airlines (que teve
dois aviões sequestrados ontem) por permitir que malas
viajassem desacompanhadas ou por falhar em identificar passageiros apropriadamente e deixar de fazer
perguntas sobre segurança
aos passageiros.
Em julho, funcionários do
órgão fizeram uma revisão
das regras de segurança em
aeroportos.
As novas instruções das
autoridades de aviação deveriam entrar em vigor em
novembro próximo.
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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