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Clinton não sabe mentir
de Washington
Bill Clinton poderá obter
o perdão dos norte-americanos, como pretende, com
sua maratona de autoflagelação iniciada depois de não
ter visto outra saída para recuperar sua imagem.
Mas é difícil que consiga
convencer muita gente de
sua sinceridade. Por toda
sua vida pública, Clinton se
viu às voltas com suas mentiras ou meias-verdades.
Uma vez foi a maconha
que ele fumou, mas não tragou. Outra foi a dispensa do
serviço militar que disse ter
sido conseguida em sorteio,
mas que foi ganha por influências políticas.
Depois foi o caso amoroso
com Gennifer Flowers, que
ele negou, mas depois afirmou que só não havia sido
tão longo como alegado.
Ontem, depois de quase
chorar diante de líderes religiosos, Clinton baixou a
cabeça para rezar.
Mas, por duas vezes, seus
olhos se levantaram do
chão, alertas e sem nenhum
indício de esforço espiritual, para checar se havia
câmeras sobre ele - depois
se abaixaram.
Foi como no enterro de
seu amigo e aliado Ronald
Brown, em 1996: Clinton caminhava para a entrada da
Catedral Nacional, às gargalhadas com amigos. Ao
ver uma câmera, baixou a
cabeça, expressão compungida no rosto. Mentir bem é
uma arte que ele não domina.
(CELS)
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