São Paulo, sábado, 12 de setembro de 1998

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Clinton não sabe mentir

de Washington

Bill Clinton poderá obter o perdão dos norte-americanos, como pretende, com sua maratona de autoflagelação iniciada depois de não ter visto outra saída para recuperar sua imagem.
Mas é difícil que consiga convencer muita gente de sua sinceridade. Por toda sua vida pública, Clinton se viu às voltas com suas mentiras ou meias-verdades.
Uma vez foi a maconha que ele fumou, mas não tragou. Outra foi a dispensa do serviço militar que disse ter sido conseguida em sorteio, mas que foi ganha por influências políticas.
Depois foi o caso amoroso com Gennifer Flowers, que ele negou, mas depois afirmou que só não havia sido tão longo como alegado.
Ontem, depois de quase chorar diante de líderes religiosos, Clinton baixou a cabeça para rezar.
Mas, por duas vezes, seus olhos se levantaram do chão, alertas e sem nenhum indício de esforço espiritual, para checar se havia câmeras sobre ele - depois se abaixaram.
Foi como no enterro de seu amigo e aliado Ronald Brown, em 1996: Clinton caminhava para a entrada da Catedral Nacional, às gargalhadas com amigos. Ao ver uma câmera, baixou a cabeça, expressão compungida no rosto. Mentir bem é uma arte que ele não domina. (CELS)



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