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Sorte política será decidida pela capacidade de governar
de Washington
No final, o que vai decidir a sorte
política de Bill Clinton será a percepção que a maioria dos norte-americanos tiver sobre a sua capacidade de governar apesar de toda
a confusão em que está metido.
É lendária em Washington a forma como o presidente consegue
compartimentalizar os aspectos
pessoais e políticos de sua vida.
Mesmo sob as piores condições físicas ou psicológicas, ele é capaz de
focalizar uma questão política e falar sobre ela durante horas.
Mas, desta vez, as coisas parecem
ser diferentes. Em Moscou, na sua
frustrante cúpula com Boris Ieltsin, o presidente dos EUA foi visto
várias vezes com expressão ausente. Vazaram para jornais relatos de
amigos íntimos de que eles nunca
o haviam visto tão deprimido.
Ontem, um dos principais boatos na cidade era de que um psiquiatra está dando assistência profissional ao presidente. Seu porta-voz e seu conselheiro espiritual negaram. Mas o simples fato de o
boato existir mostra como o público acha que Clinton está abatido.
Um dos resultados de pesquisas
de opinião pública que mais mudaram este ano foi o que pergunta
aos entrevistados se o caso Lewinsky abalou a capacidade de
Clinton governar: bem mais da
metade agora respondem que sim.
Quando a Suprema Corte resolveu que o caso Paula Jones poderia
ser levado adiante com Clinton na
Presidência, os juízes desprezaram
a opinião de Robert Bennett, o advogado do presidente, que argumentava contra, alegando que o
processo o distrairia demais de
suas funções governamentais.
Talvez influenciados pelas demonstrações de Clinton de que nada afeta sua capacidade de trabalho, os juízes disseram que o caso
Paula Jones não tomaria mais do
que algumas horas do tempo do
presidente. Mas o caso Jones, por
ter detonado o Lewinsky, pode
acabar com Clinton.
(CELS)
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