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EUROPA
Medida divide até ministros
Reino Unido propõe identidade "high-tech"
DA REDAÇÃO
Um dos poucos países europeus onde a carteira de identidade não existe, o Reino Unido decidiu radicalizar: dentro de alguns
anos, o governo quer que todos os
habitantes da ilha passem a circular pelas ruas portando um sofisticado documento com informações como antecedentes criminais. A proposta, logicamente,
tem gerado polêmica.
Em campanha pela implementação do documento, o ministro
do Interior, David Blunkett, disse
ontem que a medida protegerá o
país contra terrorismo, fraudes na
Previdência e, principalmente,
contra a imigração ilegal.
"Uma carteira de identidade
ajudará a combater o crime e outras questões sérias que o Reino
Unido enfrenta, particularmente
o trabalho e a imigração ilegal,
fraudes de identificação, terrorismo e crime organizado", disse.
Segundo Blunkett, o governo
introduzirá o documento após
construir um banco de dados nacional de informações biométricas, como impressão digital e reconhecimento facial.
A idéia é que essas e outras informações, como antecedentes
criminais e informações trabalhistas, sejam gravadas num microchip embutido no documento.
"O uso de identidades múltiplas
é uma das práticas mais comuns
dos envolvidos em atividades terroristas", justificou o ministro.
A proposta, no entanto, tem dividido até o governo do premiê
Tony Blair. Alguns ministros afirmam que a implantação é cara demais e ameaçaria liberdades civis.
O próprio governo já admitiu
que serão necessários alguns anos
para resolver essas questões. Ontem, Blunkett disse que a expectativa é que 80% da população
(atualmente 60 milhões) tenha a
carteira de identidade dentro de
cerca de dez anos.
O país abandonou as carteiras
de identidade em 1952. Na época,
um motorista londrino entrou na
Justiça após um policial de trânsito tê-lo multado por não portar
documentos. A decisão judicial
determinou que a polícia não deve exigir documentos de forma
rotineira.
Com agências internacionais
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