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entrevista
"Ohio será teste decisivo para Hillary"
ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO
No rastro das vitórias de
Barack Obama nas prévias
de ontem, um novo Estado
aparece como divisor de
águas para os democratas:
Ohio. Para o professor do
Departamento de Governo da Universidade Georgetown Clyde Wilcox, ele
será o teste final para Hillary Clinton.
"Ela fez uma campanha
pesada ali e o Estado tem
muitos eleitores do perfil
que mais vota nela, de escolaridade e renda mais
baixas", afirmou ele em
uma videoconferência de
Washington com jornalistas reunidos no Consulado
dos EUA em São Paulo.
"Se ela não ganhar em
Ohio, não ganha mais em
lugar nenhum." Segundo a
última pesquisa do instituto Survey USA, Hillary
está 17 pontos à frente de
Obama no Estado (56% a
39%). "Mas ainda falta
muito tempo até lá e poderemos chegar ao dia 4 de
março (data da prévia)
com Obama bem à frente.
Acho que em um mês essa
disputa estará encerrada."
Para Wilcox, a campanha de Hillary está "caótica". "Obama tem hoje
muito mais dinheiro do
que ela. Indivíduos nos
EUA podem doar até US$
2.300, e a maioria dos doadores da senadora já deu
isso. Já 90% dos doadores
de Obama podem contribuir de novo."
Além disso, com menos
disputas, os candidatos
podem investir em comícios locais, "e Obama é
muito melhor ao vivo do
que Hillary", afirma.
Segundo Wilcox, Obama
chegou com vantagem às
primárias de ontem devido a seu apoio entre eleitores de maior escolaridade
e negros. "Virgínia e Maryland estão entre os Estados com o mais elevado nível educacional do país. Já
Washington D.C. tem uma
grande população negra."
Republicanos
Wilcox não vê muita
chance de uma chapa Hillary/Obama -quem quer
que seja a cabeça.
Mas, do lado republicano, ele não descarta que o
senador John McCain tenha como vice seu atual rival mais incômodo, o ex-pastor batista Mike Huckabee. "Ele conquista os
conservadores, que
odeiam McCain. Quanto
mais [o ex-pastor] ficar na
disputa, pior será para o
senador. Então acho que
McCain se reunirá com o
rival em breve e verá o que
pode oferecer para que ele
desista da disputa."
Para lidar com a rejeição
dos conservadores, Wilcox
sugeriria a McCain não ceder em suas posições independentes. "Se prometer
muita coisa a eles, perderá
sua identidade. O melhor
que ele tem a fazer é se
mostrar como uma alternativa mais conservadora
do que Obama ou Hillary."
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