São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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entrevista

"Ohio será teste decisivo para Hillary"

ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO

No rastro das vitórias de Barack Obama nas prévias de ontem, um novo Estado aparece como divisor de águas para os democratas: Ohio. Para o professor do Departamento de Governo da Universidade Georgetown Clyde Wilcox, ele será o teste final para Hillary Clinton.
"Ela fez uma campanha pesada ali e o Estado tem muitos eleitores do perfil que mais vota nela, de escolaridade e renda mais baixas", afirmou ele em uma videoconferência de Washington com jornalistas reunidos no Consulado dos EUA em São Paulo.
"Se ela não ganhar em Ohio, não ganha mais em lugar nenhum." Segundo a última pesquisa do instituto Survey USA, Hillary está 17 pontos à frente de Obama no Estado (56% a 39%). "Mas ainda falta muito tempo até lá e poderemos chegar ao dia 4 de março (data da prévia) com Obama bem à frente. Acho que em um mês essa disputa estará encerrada."
Para Wilcox, a campanha de Hillary está "caótica". "Obama tem hoje muito mais dinheiro do que ela. Indivíduos nos EUA podem doar até US$ 2.300, e a maioria dos doadores da senadora já deu isso. Já 90% dos doadores de Obama podem contribuir de novo."
Além disso, com menos disputas, os candidatos podem investir em comícios locais, "e Obama é muito melhor ao vivo do que Hillary", afirma.
Segundo Wilcox, Obama chegou com vantagem às primárias de ontem devido a seu apoio entre eleitores de maior escolaridade e negros. "Virgínia e Maryland estão entre os Estados com o mais elevado nível educacional do país. Já Washington D.C. tem uma grande população negra."

Republicanos
Wilcox não vê muita chance de uma chapa Hillary/Obama -quem quer que seja a cabeça.
Mas, do lado republicano, ele não descarta que o senador John McCain tenha como vice seu atual rival mais incômodo, o ex-pastor batista Mike Huckabee. "Ele conquista os conservadores, que odeiam McCain. Quanto mais [o ex-pastor] ficar na disputa, pior será para o senador. Então acho que McCain se reunirá com o rival em breve e verá o que pode oferecer para que ele desista da disputa."
Para lidar com a rejeição dos conservadores, Wilcox sugeriria a McCain não ceder em suas posições independentes. "Se prometer muita coisa a eles, perderá sua identidade. O melhor que ele tem a fazer é se mostrar como uma alternativa mais conservadora do que Obama ou Hillary."


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