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GOLPE NA VENEZUELA
Segundo governo interino, ação visa impedir resistência armada e deter suspeitos de disparar em manifestação em Caracas, que teve 15 mortos
Governo busca simpatizantes de Chávez
DA REDAÇÃO
Membros das forças de segurança venezuelanas realizaram
buscas em várias regiões de Caracas atrás de simpatizantes do presidente deposto Hugo Chávez. Segundo o governo interino, a ação
visava impedir uma resistência
armada ao golpe e também deter
suspeitos de disparar contra a
manifestação anti-Chávez de anteontem em Caracas, que acabou
com ao menos 15 mortos.
A capital venezuelana viveu um
dia relativamente tranquilo ontem. A maior manifestação ocorreu diante da embaixada cubana
em protesto contra as estreitas relações de Chávez com Havana. Os
manifestantes deixaram o edifício
sem luz após cortar os cabos elétricos do lado de fora.
Opositores do presidente deposto disseram temer que grupos
armados pró-Chávez pudessem
tentar matá-los.
"Fomos declarados alvos militares por esses criminosos já há algum tempo. Estamos em lugares
seguros até esses grupos serem totalmente desarmados", disse o
deputado Cesar Pérez, do Partido
Social Cristão.
Investigações
A polícia e o autoproclamado
governo de transição venezuelano lançaram investigações para
descobrir a identidade dos franco-atiradores responsáveis pelas
mortes na manifestação contra
Chávez.
O episódio ampliou a irritação
de vários setores do país -sobretudo dos militares- e catalisou
os eventos que levaram à queda
do presidente venezuelano.
As autoridades apontam como
principais suspeitos pelo crime os
integrantes dos chamados "círculos bolivarianos", espécie de brigadas de choque do "chavismo"
com inspiração cubana.
Em pronunciamento à nação
ontem, o presidente interino, Pedro Carmona, responsabilizou os
"círculos bolivarianos" pela violência em Caracas e se comprometeu a castigar os responsáveis
pelo ato.
Criados para formar uma base
radical de sustentação política ao
regime, esses grupos teriam, segundo analistas e líderes da oposição a Chávez, sido transformados
em unidades paramilitares armadas.
A polícia realizou operação de
busca de armas na madrugada de
ontem no apartamento de Freddy
Bernal, prefeito do município de
Libertador (periferia de Caracas)
e um dos maiores expoentes dos
"círculos bolivarianos".
Bernal não foi encontrado.
Tampouco havia armamentos no
local. Ainda assim, a polícia e o
Exército o apontam como o responsável pela presença de franco-atiradores nos arredores do palácio presidencial.
Não está claro, porém, se as acusações contra os "círculos bolivarianos" teriam base em evidências
concretas ou se fazem parte de
um plano político para responsabilizar Chávez pelas mortes.
Um alto funcionário do governo Chávez disse à agência de notícias Efe, sob a condição de não ter
seu nome revelado, que os franco-atiradores "são deles" (dos que faziam oposição ao presidente Hugo Chávez).
Ele acrescentou que um agente
da DISIP (polícia política) morto
no tiroteio trabalhava para o vice-presidente do país, Diosdado Cabello. Segunda a sua tese, ele teria
sido baleado na cabeça quando
procurava os atiradores, escondidos num hotel das proximidades
do palácio.
Com agências internacionais
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