DE BUENOS AIRES

O aumento da criminalidade, não só feminina, chegou ao centro das preocupações do governo argentino. Na última semana, o Ministério da Justiça anunciou uma série de medidas para combater a falta de segurança.
Entre elas estão o aumento do policiamento nas ruas, a contratação de novos guardas e a adoção de programas de treinamento para a formação de equipes especializadas no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado.
Na Província de Buenos Aires, cogita-se a implantação de uma "lei seca", pela qual a venda de bebidas alcoólicas entre 22h e 6h só seria permitida em bares e restaurantes.
Durante o dia, somente em supermercados ou lojas previamente autorizadas.
O anúncio das medidas aconteceu numa semana em que o país foi palco de diversos protestos e de mobilizações populares pedindo uma ação efetiva para combater a falta de segurança.
Dados da Secretaria de Segurança de Buenos Aires mostram que, em 2002, foram registrados 146 casos de sequestro na Província. Em 2001, a taxa de criminalidade foi de 3.182 delitos para cada 100 mil habitantes. O número é 85% maior que o de 1990, quando o índice registrado foi de 1.722 delitos para cada 100 mil habitantes.
Os casos de estupro também cresceram. Dados da Direção Nacional de Política Criminal mostram que, só em Buenos Aires, pelo menos mil mulheres são vítimas desse tipo de violência por ano.
A violência não atinge apenas o cidadão comum. Em 2002, 33 policiais federais foram assassinados enquanto trabalhavam. Nos primeiros seis meses deste ano, já somam 22.


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