São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2011

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País báltico almeja o euro apesar da crise

JULIANA ROCHA
DE SÃO PAULO

A crise da dívida na Europa não diminuiu o poder de atração do euro sobre países menores do continente. É o caso da Letônia, ex-república soviética no mar Báltico.
O primeiro-ministro letão, Valdis Dombrovskis, disse em entrevista à Folha que o país continua buscando cumprir as metas para aderir à zona do euro -grupo de economias que usam a moeda, que atualmente são 17.
A Letônia aderiu à União Europeia em 2004. O objetivo do governo é passar a usar o euro a partir de janeiro de 2014. Para isso, terá que cumprir metas econômicas e fiscais, que atualmente não são seguidas pelos países em crise, como de inflação e deficit. Mas o premiê comemora o fato de o cumprimento das metas estar próximo.
Dombrovskis explicou que usar o euro significa quebrar barreiras comerciais importantes para o seu país, que se traduzirão em crescimento econômico. Além disso, a moeda letã, a lati, já tem cotação fixa de € 1.
O primeiro-ministro defendeu que a estabilidade do euro não está ameaçada. Para Dombrovskis, não haverá contágio da crise para Itália, Espanha ou outros países de maior porte.
"A zona do euro parece que aprendeu com as lições da Grécia. A crise está limitada a Grécia, Portugal e Irlanda. Eu não espero que se espalhe para outros", afirmou o primeiro-ministro, que esteve no Brasil até ontem. Ele explicou que a lição aprendida com a Grécia é que é necessário fazer ajustes fiscais. Dombrovskis diz que essa foi também a fórmula usada pela Letônia para sair da crise em que mergulhou em 2008 e 2009.
"A diferença entre Letônia e Grécia é que nós recuperamos a confiança dos mercados. A Grécia, um ano depois do resgate financeiro, perdeu ainda mais a confiança." A Letônia recebeu socorro do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da União Europeia em 2008. Em 2009, a economia chegou ao fundo do poço, com contração de 18%. Mas o FMI prevê recuperação com crescimento de 3% neste ano.


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