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VIDA DE SUICIDA
Ambos eram camelôs e moravam na mesma rua, mas não se conheciam, segundo os pais
Terroristas tiveram trajetória similar
DA ASSOCIATED PRESS
Os dois homens-bomba adolescentes palestinos que mataram dois israelenses em dois ataques separados ontem viveram
vidas consideravelmente parecidas, embora suas famílias digam
que eles não se conheciam. Ambos tinham 17 anos, eram vendedores ambulantes e viviam na
mesma rua, com algumas quadras de distância um do outro.
Em ato final quase sincronizado, com menos de uma hora de
diferença de um para o outro,
ambos deixaram para trás cenários de explosões grotescos, matando a si próprios e a uma pessoa cada em uma cidade israelense e em um assentamento judaico na Cisjordânia, distantes
18 km um do outro.
Mas enquanto os vizinhos chamavam um dos jovens de "mártir", a mãe do segundo prometia
vingança contra os líderes islâmicos que o enviaram à morte.
Um dos suicidas adolescentes,
Khamis Gerwan, cresceu numa
casa em uma viela do campo de
refugiados de Askar, num dos
extremos de Nablus, na Cisjordânia. Ele vendia sapatos na rua
e tornou-se um membro das
Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah, grupo político do líder palestino Iasser Arafat.
Ele estava desaparecido havia
um dia. Então chegou a notícia:
ele se amarrou com uma bomba
e se explodiu em um supermercado perto de Tel Aviv.
Sua mãe irrompeu em lágrimas cortantes. Os vizinhos começaram a chegar para lamentar a morte, mas também para
celebrá-lo como um "mártir".
Em contraste, algumas casas
adiante, outra família enlutou-se
com raiva. Islam Qteishat, jovem
recruta do grupo terrorista Hamas, se explodiu na entrada do
assentamento judaico de Ariel,
não muito longe de sua casa.
Sua mãe, Yusra, 40, praguejava
por vingança, mas não contra Israel. Ela atacava os terroristas
que tomaram seu filho e o enviaram para sua terrível missão.
Há dez anos, seu filho mais velho havia sido alvejado na cabeça quando atirava pedras em soldados israelenses. Ele sobreviveu, mas com danos cerebrais.
Qteishat deixou uma carta e
uma foto na qual aparece com
uma barba rala e segurando um
rifle. Na carta, o jovem terrorista
se desculpou: "Não fiquem tristes e me perdoem", disse aos
pais e irmãos.
Assim como o outro suicida,
ele trabalhava vendendo produtos na rua -livros escolares, canetas e cadernos- para ajudar a
família.
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