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CHILE
Proposta inclui mudanças na Justiça Militar e agilização dos processos judiciais
Lagos anuncia revisão de repressão
DA REDAÇÃO
O presidente chileno, Ricardo
Lagos, apresentou ontem em cadeia de rádio e TV sua esperada
proposta para lidar com as violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
O anúncio ocorre a poucas semanas do 30º aniversário do golpe
militar, ocorrido no dia 11 de setembro de 1973.
"A proposta contém um conjunto de medidas que permite conhecer mais a verdade e agilizar
os processos judiciais, para que
eles não se eternizem. Propomos
medidas que incentivem a entrega de informação fidedigna", disse Lagos, em pronunciamento
que durou cerca de 15 minutos.
Para ser transformada em norma legal, a proposta terá de ser
aprovada pelo Parlamento.
As medidas anunciadas por Lagos incluem priorizar na Justiça
casos de violações de direitos humanos, criar uma comissão para
definir beneficiários de uma indenização "austera e simbólica" para vítimas da ditadura e a criação
do Instituto Nacional de Direitos
Humanos e Liberdades Públicas.
Lagos, que disse que as medidas
se baseiam nos "pilares verdade,
justiça e reparação", também propôs reformar o Código da Justiça
Militar "para especificar a competência dos tribunais militares com
relação tanto os delitos que devem apreciar quanto as pessoas
que podem ser julgadas sob jurisdição militar".
O presidente chileno também
anunciou que irá ratificar tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos, mas não
especificou quais.
Lagos começou a estudar o assunto há três meses, quando foi
reaberta a discussão pública sobre
os processos envolvendo os mais
de 3.000 mortos e desaparecidos
durante o regime de Pinochet.
Revelações sobre Pinochet
Em declarações publicadas pelo
jornal "La Tercera", o ex-chefe da
Aeronáutica do Chile Fernando
Matthei disse que Pinochet tentou
um "autogolpe" depois de ter perdido o plebiscito de 1988 que
abriu caminho para a volta da democracia ao país.
Segundo Matthei, Pinochet estava decidido a mandar as tropas
para as ruas, alegando uma suposta ameaça do Partido Comunista, mas foi dissuadido.
Com agências internacionais
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