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IMIGRAÇÃO
Divididos em três barcos, clandestinos vinham da Líbia, Eritréia, Somália e Egito; Roma convoca embaixador líbio
Itália detém 780 imigrantes ilegais vindos da África
DO "LE MONDE"
Um desembarque recorde de
cerca de 780 imigrantes clandestinos vindos no norte da África, entre a noite de sábado e ontem, levou as autoridades italianas a
convocar uma reunião de emergência com o embaixador da Líbia hoje, em Roma, para discutir o
assunto.
"É uma verdadeira invasão",
reagiu Mario Borghezio, da Liga
Norte, partido xenófobo que
compõe a coalizão de sustentação
ao governo do premiê Silvio Berlusconi.
O primeiro barco, provavelmente proveniente da Líbia e levando 480 pessoas, foi parado pela guarda costeira, na altura da
ilha de Lampedusa. A ilha é o primeiro porto italiano na rota dos
imigrantes clandestinos vindos
da costa da África. No ponto de
travessia mais curta, Lampedusa
fica a 138 km da Tunísia e aproximadamente 300 km da Líbia.
Para um funcionário do centro
de acolhimento, "foi o maior desembarque" já visto na ilha.
Todos afirmaram ser palestinos, mas, de acordo com o centro,
boa parte deles seria proveniente
do Egito e de outros países da
África do Norte.
Uma segunda embarcação levava cerca de 170 pessoas.
O número de refugiados aumentou ontem de manhã com a
chegada, perto de Siracusa, de um
terceiro barco, com cerca de 130
pessoas, vindo da Somália e da
Eritréia. No grupo, havia pelo menos sete crianças e 30 mulheres,
cinco delas grávidas.
A amplitude do desembarque
forçou as autoridades a organizar
uma retirada de emergência do
maior número possível de imigrantes para centros de retenção
temporária.
Mas a Prefeitura de Augusta,
para onde foi encaminhada uma
parte dos clandestinos, os liberou
24 horas após sua chegada, com
uma ordem para deixarem o território italiano em um prazo de
cinco dias. Segundo um jornal siciliano, o centro de acolhimento
da cidade já estaria saturado.
A Itália e a Líbia têm conversado
sobre a implementação de medidas para coibir a imigração ilegal
entre os dois países. As patrulhas
comuns nas costas dos dois países
devem ter início na quinta-feira,
segundo uma fonte policial. A
proposta da Itália para que sejam
criados campos de refugiados em
território líbio parece ter sido momentaneamente descartada.
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