|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paris divulga
plano contra
ataque biológico
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
A possibilidade de um ataque biológico está sendo levada a sério pelo governo
francês.
Ele divulgou há uma semana o seu plano de ação contra o bioterrorismo, que leva
o nome futurista de Plano de
Urgência Biotox.
O plano desenvolve em
"nível acelerado" um projeto anterior, de 1999, chamado Vigitox. É orquestrado
conjuntamente pelos Ministérios do Interior, da Defesa
e da Saúde.
Até então o plano era secreto. A sua divulgação, bem
como a de outras medidas
antiterroristas na França, foi
feita pelo primeiro-ministro,
o socialista Lionel Jospin,
depois de pressões políticas
após os casos registrados de
antraz nos EUA, não ligados
até agora a atividades terroristas, e o medo que eles despertaram em várias partes
do mundo.
O ministro da Saúde, Bernard Kouchner, detalhou
em seguida o projeto.
O plano Biotox tem três
frentes de luta: a prevenção,
a vigilância e a intervenção,
no caso de ataque. A prevenção consiste em tomar precauções com os circuitos de
alimentação da água potável, os lugares de estoques
farmacêuticos e os de detecção e circulação de produtos
biológicos de alto risco.
No plano da vigilância sanitária, a informação sobre
manifestações de doenças
suspeitas é o ponto mais importante do programa francês. Uma lista de doenças será divulgada em breve pelo
governo, na qual estará incluído o antraz.
Todo fenômeno incomum, seja epidemiológico
ou clínico, deverá ser imediatamente comunicado ao
governo pelos profissionais
de saúde.
Centros nacionais de referência sobre doenças infecciosas deverão estar disponíveis ao público durante 24
horas para realizar o diagnóstico em caso de alerta
biológico.
Zonas de defesa
A intervenção em caso de
crise está calculada por zonas de defesa no país, com
hospitais destacados para
colocar em ação equipes de
descontaminação.
Apoio para a formação específica de médicos e enfermeiros já está em processo,
bem como medidas para aumentar o número de leitos
especializados nos hospitais
franceses.
"O drama de Nova York
demonstrou a necessidade
de se dispor de uma grande
capacidade de intervenção e
reanimação", disse Kouchner, o ministro da Saúde.
Haverá reforço das medidas
de higiene e isolamento em
todo o país.
O governo francês está
também fazendo um levantamento sobre a quantidade
de medicamentos de urgência e de vacinas disponíveis
no país.
Os laboratórios serão convocados para assegurar a
"disponibilidade máxima de
produtos urgentes de saúde", prevê o programa.
O primeiro-ministro Jospin declarou que os laboratórios também "serão mobilizados para produzir antídotos".
Jospin solicitou a eles que
iniciem pesquisas que busquem tratamento para agentes infecciosos que ainda não
têm vacina.
Texto Anterior: Alerta: Ásia e Europa vivem medo do antraz Próximo Texto: Arma: Japão é exemplo na guerra biológica Índice
|