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Congresso muda o
pacote contra o terror
DA REDAÇÃO
O Congresso americano aprovou um pacote antiterror que flexibiliza os procedimentos para
grampear suspeitos, compartilhar
informações sobre supostos terroristas, processar associados do
terror e rastrear movimentos na
internet e em contas bancárias.
As medidas foram aprovadas
pelo Senado por 96 votos a 1 na
noite de anteontem. A Câmara
aprovou o texto ontem, por 337 a
79, e o reenviou ao Senado.
As diferenças nos dois projetos
têm de ser resolvidas para que um
texto final seja mandado para o
presidente George W. Bush, que
espera sancionar a nova lei ainda
na próxima semana.
Uma das principais divergências quanto ao projeto na Câmara
é que muitas disposições aprovadas pelos deputados têm um prazo de vigência máximo de cinco
anos. A Casa Branca não quer datas de validade para as medidas.
Outro item importante se refere
à lavagem de dinheiro. O pacote
do Senado cria uma dura fiscalização sobre os fluxos monetários,
com o objetivo de minar as fontes
financeiras das redes terroristas.
A proposta aprovada pelos congressistas determina que supostos
terroristas estrangeiros podem
ser detidos por até sete dias sem
acusação formal ou procedimento de deportação iniciado. O texto
diz ainda que passa a ser ilegal albergar um reconhecido terrorista.
Quanto aos grampos, qualquer
ligação telefônica de um estrangeiro suspeito poderá ser monitorada sob ordem de um juiz. Como
a maioria das medidas sobre
grampeamentos, contudo, o expediente só poderia ser usado até
31 de dezembro de 2003.
Os congressistas também facilitaram a partilha de informações
de inteligência nas investigações
criminais e confidenciais.
O pacote permite ainda que autoridades obtenham ordens para
que provedores de acesso à internet forneçam dados sobre envio
de e-mail por supostos terroristas.
O presidente do subcomitê de
Justiça do Senado, o democrata
Patrick Leahy, disse que os senadores haviam feito à Casa Branca
"um favor" pela eliminação de
itens "inconstitucionais" apresentados pela Casa Branca.
Organizações de direitos civis
temem que o pacote viole as liberdades individuais. Os congressistas disseram, contudo, que as versões aprovadas mantêm as metas
sem ferir direitos.
As mudanças em relação à proposta presidencial incluem a retirada de mecanismos que autorizariam a detenção, por tempo indeterminado e sem acusação formal, de estrangeiros considerados
perigosos. Os congressistas também descartaram a autorização
para mandados de busca sem notificação prévia sobre seus alvos.
Com agências internacionais
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