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GUERRA À GUERRA
Ativistas enfrentam polícia no Paquistão, na Índia e na Indonésia após prece semanal
Extremistas protestam com violência
DA REDAÇÃO
Atos violentos voltaram a irromper no Paquistão, na Índia e
na Indonésia ontem, dia sagrado
semanal muçulmano.
Em Karachi, cerca de 20 mil militantes islâmicos travaram uma
batalha campal contra a polícia
paquistanesa e destruíram instalações do governo, queimaram
veículos e atacaram duas lojas da
cadeia americana de fast food
Kentucky Fried Chicken. Uma filial da rede sofreu um atentado a
bomba no interior da Indonésia.
Cinco pessoas ficaram feridas
durante os distúrbios paquistaneses, incluindo três policiais -dois
feridos por tiros disparados por
ativistas- e uma menina, hospitalizada em estado grave.
Os atos foram convocados pelos
líderes dos partidos políticos muçulmanos e pelo influente Conselho de Defesa do Paquistão e do
Afeganistão, entidade que aglutina 35 formações que apóiam o
Taleban (a milícia que controla a
maior parte do território afegão).
Antes das preces do meio-dia,
nas quais muitos religiosos convocaram os fiéis a uma "guerra
santa", Islamabad determinou a
prisão dos dirigentes da organização islâmica Jamiat Ulema-i-Islam que deveriam encabeçar as
manifestações. São cinco os líderes extremistas presos em menos
de uma semana.
Nas outras cidades paquistanesas, o policiamento impediu manifestações violentas. Cerca de 25
mil marcharam em Quetta e
5.000, em Peshawar.
Islamabad, acuada pelo compromisso de apoio à ofensiva militar americana e pela crescente
oposição popular em relação aos
bombardeios, diz ter a situação
sob controle, contudo.
O general Pervez Musharraf adverte que não tolerará protestos
violentos em seu país e ameaça
deportar os refugiados considerados agitadores -60 foram detidos ontem em Karachi e poderão
ser reenviados para o Afeganistão. O presidente tenta evitar que
se repita o incidente da cidade de
Quetta, onde cinco manifestantes
foram mortos.
Fora de suas fronteiras, a imagem do governo também se deteriora, contudo. Cerca de 3.000 refugiados afegãos, apoiados por
militantes islâmicos, tentaram
atacar ontem um consulado paquistanês no sudeste do Irã e entraram em choque com policiais.
Choques
Apenas mil pessoas, um quinto
do contingente policial mobilizado, foram às ruas de Jacarta para
participar de manifestações.
Numa exibição de força, policiais utilizaram jatos de água para
dispersar os ativistas, que se congregavam diante da Embaixada
dos EUA na capital indonésia pelo
quinto dia consecutivo.
Em Makassar, contudo, uma
bomba de grande potência explodiu num restaurante da Kentucky
Fried Chicken antes do amanhecer. Houve graves danos materiais, mas ninguém ficou ferido.
Ao menos 75 pessoas, entre elas
vários policiais, ficaram feridas
em confrontos na Índia decorrentes de manifestações. Milhares de
muçulmanos tomaram as ruas
em diversas cidades.
Em Srinagar, na Caxemira, 25
foram feridos em enfrentamentos. Em Haiderabad, mais 50 se feriram. Na capital, Nova Déli, o líder da principal mesquita da cidade pediu para Allah "a destruição
dos EUA e do Reino Unido" e
"força para os guerrilheiros muçulmanos afegãos".
Protestos na Nigéria acabaram
com feridos, devido a enfrentamentos entre estudantes e polícia.
As marchas na Cisjordânia e na
faixa de Gaza foram calmas. Em
Gaza, o governo palestino deteve
temporariamente três jornalistas
estrangeiros que cobriam uma
manifestação de apoio a Osama
bin Laden.
Com agências internacionais
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