DO ENVIADO ESPECIAL

Mais um número deve entrar na complicada equação eleitoral da Flórida que definirá quem é o próximo presidente dos EUA. Trata-se dos votos em trânsito, chamados de "votos ausentes". Nunca levados em conta em eleições em que um dos candidatos vença por larga maioria, viraram peças fundamentais nesta.
Segundo a lei, as cédulas de quem votou fora do país devem chegar ao domicílio eleitoral até sexta, às 17h, pelo correio ou via órgãos oficiais (embaixadas, consulados, escritórios). A Flórida espera receber ao menos 7.000 votos, que podem decidir tudo.
Os dois partidos já começaram a fazer as contas. Os eleitores em trânsito registrados na Flórida são na maioria militares (9.500 só de marinheiros no Pacífico e no Atlântico) e americanos que vivem em Israel (cerca de 10 mil).
Segundo os republicanos, o voto dos militares é tradicionalmente deles. Não é bem assim, argumentam os partidários de Al Gore. Há uma proporção de 6 soldados para 1 oficial, e os soldados são mais liberais, segundo pesquisas recentes. Além disso, continuam, 37% deles são não-brancos, cuja maioria vota em candidatos democratas.
Sim, respondem os parceiros de George W. Bush, mas nas eleições passadas, na Flórida, 54% de toda a Força Militar que foi às urnas deu seu voto ao republicano Bob Dole, enquanto apenas 43% votou no democrata Bill Clinton.
Na hora de colocar na ponta do lápis os votos vindos de Israel, a polêmica continua. Dos 85 mil americanos vivendo lá, 10 mil são da Flórida. Destes, 4.000 teriam votado em Al Gore, segundo o comando do Partido Democrata em Tel-Aviv. O número é bem menor, rebatem os republicanos, cerca de cem pessoas apenas.
Como o voto não é obrigatório nos EUA e o eleitor em trânsito pode votar pelo correio, desde que o carimbo prove que ele colocou sua cédula até o dia 7 de novembro, não há um número oficial. Exato, só na sexta-feira. (SD)


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