São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2000

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TRAGÉDIA NOS ALPES
Pelo menos 155 pessoas morreram no acidente, anteontem
Incêndio em estação de esqui deixa Áustria de luto

JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A VIENA

A Áustria viveu um domingo de luto. Emissoras de TV e jornais destacavam ontem o incêndio no trem funicular que matou pelo menos 155 pessoas nos Alpes austríacos um dia antes.
Na ópera, nos teatros e nas principais salas de concerto da capital, a platéia fez um minuto de silêncio. Bandeiras pretas foram hasteadas nos principais edifícios em memória das vítimas, a maioria crianças e adolescentes que iam participar da abertura da temporada de esportes de inverno.
A conferência da Opep, cartel que reúne grandes exportadores de petróleo e tem sede em Viena, foi adiada de ontem para hoje em respeito à tragédia.
A estação que fica na montanha de Kitzsteinhorn, onde ocorreu aquele que está sendo considerado o pior acidente da Áustria, permanece fechada. O incêndio começou às 9h30 de sábado (6h30 de Brasília) e só foi extinto cerca de três horas depois. Sua causa ainda está sendo investigada.
No fim da tarde de ontem, autoridades locais convocaram uma entrevista coletiva para falar sobre a tragédia. Suspeita-se que o trem funicular já estava em chamas quando entrou no túnel.
O governador de Salzburgo, Franz Schausberger, afirmou que havia 165 passageiros no trem -inicialmente, acreditava-se que o número podia ser superior a 180. Ele disse que as 155 vítimas já encontradas foram identificadas com "90% de certeza".
A maioria era da Áustria, da Alemanha e do Japão. Foram encontrados ainda passageiros dos EUA, da Croácia e da Eslovênia. Pelo menos 33 não tiveram a nacionalidade confirmada. Só 12 pessoas conseguiram sobreviver -quatro a mais do que havia sido inicialmente divulgado.
Alguns corpos foram encontrados mais de 200 m acima do trem e as portas dos vagões estavam abertas, num sinal de que alguns conseguiram escapar do fogo, mas morreram intoxicados pela fumaça. Ainda não se sabe quantos dos que estavam próximos do local morreram sufocados.
A recuperação dos corpos foi dificultada durante todo o dia pela fumaça que ainda havia dentro do túnel. Equipes de resgate afirmaram que alguns corpos só poderiam ser identificados com exatidão por meio de exames de arcadas dentárias e de DNA.


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