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TRAGÉDIA NOS ALPES
Pelo menos 155 pessoas morreram no acidente, anteontem
Incêndio em estação de esqui deixa Áustria de luto
JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A VIENA
A Áustria viveu um domingo de
luto. Emissoras de TV e jornais
destacavam ontem o incêndio no
trem funicular que matou pelo
menos 155 pessoas nos Alpes austríacos um dia antes.
Na ópera, nos teatros e nas principais salas de concerto da capital,
a platéia fez um minuto de silêncio. Bandeiras pretas foram hasteadas nos principais edifícios em
memória das vítimas, a maioria
crianças e adolescentes que iam
participar da abertura da temporada de esportes de inverno.
A conferência da Opep, cartel
que reúne grandes exportadores
de petróleo e tem sede em Viena,
foi adiada de ontem para hoje em
respeito à tragédia.
A estação que fica na montanha
de Kitzsteinhorn, onde ocorreu
aquele que está sendo considerado o pior acidente da Áustria, permanece fechada. O incêndio começou às 9h30 de sábado (6h30
de Brasília) e só foi extinto cerca
de três horas depois. Sua causa
ainda está sendo investigada.
No fim da tarde de ontem, autoridades locais convocaram uma
entrevista coletiva para falar sobre
a tragédia. Suspeita-se que o trem
funicular já estava em chamas
quando entrou no túnel.
O governador de Salzburgo,
Franz Schausberger, afirmou que
havia 165 passageiros no trem
-inicialmente, acreditava-se que
o número podia ser superior a
180. Ele disse que as 155 vítimas já
encontradas foram identificadas
com "90% de certeza".
A maioria era da Áustria, da
Alemanha e do Japão. Foram encontrados ainda passageiros dos
EUA, da Croácia e da Eslovênia.
Pelo menos 33 não tiveram a nacionalidade confirmada. Só 12
pessoas conseguiram sobreviver
-quatro a mais do que havia sido
inicialmente divulgado.
Alguns corpos foram encontrados mais de 200 m acima do trem
e as portas dos vagões estavam
abertas, num sinal de que alguns
conseguiram escapar do fogo,
mas morreram intoxicados pela
fumaça. Ainda não se sabe quantos dos que estavam próximos do
local morreram sufocados.
A recuperação dos corpos foi
dificultada durante todo o dia pela fumaça que ainda havia dentro
do túnel. Equipes de resgate afirmaram que alguns corpos só poderiam ser identificados com exatidão por meio de exames de arcadas dentárias e de DNA.
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