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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Políticos da oposição pretendem discutir propósito da missão do país e pedem maior papel para a ONU

Itália chora mortes; governo mantém tropas

DA REDAÇÃO

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que, apesar do ataque ontem no Iraque, manterá as tropas do país na região.
"O sentimento da nação é de dor. Profunda dor pelas vidas destruídas pelo terror durante uma expedição humanitária de liberdade para oferecer ajuda emergencial ao povo iraquiano e para defender a estabilidade e a segurança no Oriente Médio. Este é um dia em que as desavenças políticas devem ser deixadas de lado", disse ele no Parlamento.
A Itália, de fato, se uniu ontem para chorar a morte de seus soldados, a maior perda de militares sofrida pelo país desde o fim da Segunda Guerra (1939-1945). Os debates acalorados típicos da política italiana foram suspensos. Mas essa situação não deve continuar por muito tempo.
Ao mesmo tempo em que manifestavam suas condolências, políticos da oposição já indicavam que haverá cobranças. "Agora não é o momento para uma reflexão crítica. Isso virá nos próximos dias, com a discussão dos propósitos da missão italiana, da necessidade de um comando da ONU e de como não deixar o Iraque à mercê do terrorismo", afirmou o líder de centro-esquerda Francesco Rutelli.

Maioria não quer tropas
Antes da guerra, as pesquisas de opinião mostravam que a maioria dos italianos se opunha ao conflito. Em fevereiro, durante um dia de manifestações contra a guerra em todo o mundo, Roma foi palco da maior concentração popular, juntando 1 milhão de manifestantes em uma passeata.
Em março deste ano, segundo pesquisa publicada no diário "Corriere della Sera", de Milão, 69% dos italianos achavam que o país não deveria apoiar um ataque americano contra o Iraque. Em outra pesquisa, feita há cerca de um mês pelo instituto Gallup, 54% da população afirmava não concordar com o envio de tropas ao Iraque.
O sentimento parece ter sido reforçado ontem. O aposentado Alberto Giordano, 80, disse que as tropas italianas devem regressar: "Deve-se ir para a guerra, mas apenas quando é necessário".
Debora Tarolla, uma arqueologista de 34 anos, questionou a utilidade dos esforços do país. "Parece que não estamos reconstruindo nada. Nessa altura, acho melhor parar e organizar as coisas um pouco."
O papa João Paulo 2º também divulgou mensagem: "Expresso minha firme condenação a esse novo ato de violência que não contribui para a pacificação".


Com agências internacionais


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