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IRAQUE OCUPADO
Políticos da oposição pretendem discutir propósito da missão do país e pedem maior papel para a ONU
Itália chora mortes; governo mantém tropas
DA REDAÇÃO
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que, apesar do ataque ontem no Iraque, manterá as
tropas do país na região.
"O sentimento da nação é de
dor. Profunda dor pelas vidas destruídas pelo terror durante uma
expedição humanitária de liberdade para oferecer ajuda emergencial ao povo iraquiano e para
defender a estabilidade e a segurança no Oriente Médio. Este é
um dia em que as desavenças políticas devem ser deixadas de lado", disse ele no Parlamento.
A Itália, de fato, se uniu ontem
para chorar a morte de seus soldados, a maior perda de militares
sofrida pelo país desde o fim da
Segunda Guerra (1939-1945). Os
debates acalorados típicos da política italiana foram suspensos.
Mas essa situação não deve continuar por muito tempo.
Ao mesmo tempo em que manifestavam suas condolências,
políticos da oposição já indicavam que haverá cobranças. "Agora não é o momento para uma reflexão crítica. Isso virá nos próximos dias, com a discussão dos
propósitos da missão italiana, da
necessidade de um comando da
ONU e de como não deixar o Iraque à mercê do terrorismo", afirmou o líder de centro-esquerda
Francesco Rutelli.
Maioria não quer tropas
Antes da guerra, as pesquisas de
opinião mostravam que a maioria
dos italianos se opunha ao conflito. Em fevereiro, durante um dia
de manifestações contra a guerra
em todo o mundo, Roma foi palco
da maior concentração popular,
juntando 1 milhão de manifestantes em uma passeata.
Em março deste ano, segundo
pesquisa publicada no diário
"Corriere della Sera", de Milão,
69% dos italianos achavam que o
país não deveria apoiar um ataque americano contra o Iraque.
Em outra pesquisa, feita há cerca
de um mês pelo instituto Gallup,
54% da população afirmava não
concordar com o envio de tropas
ao Iraque.
O sentimento parece ter sido reforçado ontem. O aposentado Alberto Giordano, 80, disse que as
tropas italianas devem regressar:
"Deve-se ir para a guerra, mas
apenas quando é necessário".
Debora Tarolla, uma arqueologista de 34 anos, questionou a utilidade dos esforços do país. "Parece que não estamos reconstruindo nada. Nessa altura, acho melhor parar e organizar as coisas
um pouco."
O papa João Paulo 2º também
divulgou mensagem: "Expresso
minha firme condenação a esse
novo ato de violência que não
contribui para a pacificação".
Com agências internacionais
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