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CIDADES
A US$ 9.000 por ano, endereço lidera ranking mundial; Shopping Iguatemi aparece em 22º; lojas de luxo alimentam a alta
Metro quadrado da 5ª Avenida é o mais caro
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
A Quinta Avenida, em Nova
York, está no topo da lista dos aluguéis comerciais mais caros do
mundo pelo segundo ano consecutivo. Um metro quadrado na
esquina dessa avenida com a rua
57, por exemplo, não sai por menos de US$ 9.000 (cerca de R$ 26,2
mil) por ano. O valor é 21% superior ao registrado em 2002.
Na segunda colocação do ranking está a avenida Champs Elysées, em Paris. O preço do metro
quadrado no endereço, que conta
com alta concentração de lojas de
luxo, fica em torno de US$ 7.200
(R$ 20,9 mil) por ano.
Os dados são de um levantamento realizado pela imobiliária
Cushman & Wakefield. A empresa, com sede em Nova York, faz
uma sondagem dos preços do
mercado imobiliário e elabora
anualmente um ranking com os
aluguéis mais caros nos 45 países
cobertos pela pesquisa.
O Brasil aparece representado
pelo Shopping Iguatemi, em São
Paulo. Para ocupar um espaço no
shopping, o lojista terá de desembolsar mais de R$ 4.600 por ano, o
equivalente a cerca de U$ 1.600,
pelo metro quadrado. A cifra põe
o endereço na 22ª colocação.
Em 2002, porém, o espaço ocupava o 15º lugar na lista. "Em geral, o preço dos aluguéis no Brasil
subiu 9,2% [no primeiro semestre
deste ano, em relação ao mesmo
período de 2002], mas, nos outros
países, houve um crescimento
ainda maior. Por isso, o Brasil
passou para a 22ª colocação", explicou Paul Baxter, diretor de serviços globais da agência.
Os preços dos aluguéis no MorumbiShopping, em São Paulo, e
do Rio Sul, no Rio de Janeiro, não
aparecem no ranking, mas, segundo a agência, também apresentam tendência de valorização.
O fenômeno da alta dos aluguéis comerciais atinge uma escala global. Por trás dessa escalada
está o setor de artigos de luxo.
"Esse mercado vai tão bem que
as lojas estão dispostas a pagar
aluguéis caros para ter o produto
exibido nas melhores ruas do
mundo", diz Baxter.
Segundo a Cushman & Wakefield, as empresas desse segmento
têm empreendido uma verdadeira caçada aos pontos comerciais
mais caros e mais concorridos para abrir novas lojas ou ampliar espaços já existentes.
Em Nova York, por exemplo, a
famosa grife de canetas Montblanc abriu neste ano uma loja de
mais de 400 m2 na Quinta Avenida. A Louis Vuitton segue o
exemplo e inaugurará uma loja
em fevereiro de 2004 na mesma
avenida.
A surpresa do ranking neste ano
foi Praga, na República Tcheca. A
cidade passou da 25ª posição em
2002 para a 18ª. "Como se tornou
uma das principais capitais de
compras da Europa, hoje a cidade
é um verdadeiro ímã para os
grandes varejistas de luxo", diz
David Hutchings, chefe de pesquisas da imobiliária na Europa.
Baxter afirma que o Brasil, entretanto, ainda é uma espécie de
desconhecido no mercado. "Muitos desses varejistas de artigos de
luxo ainda desconhecem o tamanho do mercado no Brasil", avaliou. Mas, nos outros países emergentes, o ritmo está mais acelerado. Pelas estimativas da imobiliária, Índia e China devem ficar entre os dez primeiros lugares da lista nos próximos anos. Hoje, ocupam a 21ª e a 41ª posições, respectivamente.
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